Após subir na véspera (12), o dólar fechou o pregão desta quarta-feira (13) em queda, influenciado pelos dados vindos dos Estados Unidos. O dia ficou marcado pela expectativa do mercado financeiro em relação à inflação norte-americana, e o avanço veio dentro do esperado, derrubando a moeda norte-americana.
Na sessão de hoje, o dólar caiu 0,71%, cotado a R$ 4,9167. Com o acréscimo deste resultado, o dólar reverteu mais uma vez o saldo acumulado em setembro. Na véspera (12), a moeda acumulava leve alta de 0,04% no mês. Contudo, com a queda da sessão de hoje, a divisa passou a registrar queda de 0,67% em setembro.
Já em 2023, o dólar tem uma queda expressiva, de 6,85%. O tombo acumulado no ano chegou a 11% em julho. No entanto, a divisa fechou o mês de agosto com ganhos de 4,68% e eliminou uma parte significativa da queda observada nos meses anteriores.
Inflação nos EUA vem dentro do esperado
O mercado de câmbio reflete o sentimento dos investidores. Quando o dólar sobe, é sinal de fortalecimento do pessimismo. Entretanto, o contrário indica maior otimismo do mercado, refletindo o aumento da busca por ativos de risco, gerando a queda do dólar.
Nesta quarta-feira (13), o dado mais importante para o mercado foi a inflação nos Estados Unidos, que subiu 0,6% em agosto, em linha com as estimativas do mercado. Desde o início da semana que os investidores estavam aguardando ansiosamente por essa informação, pois assim poderiam fazer projeções sobre a taxa de juros no país.
Em resumo, o Federal Reserve (Fed), banco central dos EUA, vai se reunir na semana que vem para definir a política monetária do país. Atualmente, a taxa de juros está no maior patamar em mais de 20 anos, e o Fed não descartou a possibilidade de aumentar ainda mais os juros.
A saber, os investidores torcem para que os juros não subam no país. Isso porque, quanto mais altos os juros estiverem, mais enfraquecida fica a economia norte-americana, uma vez que o custo de vida fica mais elevado e os consumidores passam a gastar menos, esfriando a atividade do país.
Ao mesmo tempo, quanto mais altos estiverem os juros nos EUA, mais atraentes ficam os títulos norte-americanos, o que fortalece o dólar ante ativos de risco, principalmente de países emergentes, como o real.
Os dados da inflação fortaleceram a ideia de que o Fed não precisará elevar os juros, uma vez que a taxa inflacionária não está descontrolada e está vindo como esperado. Com o otimismo fortalecido, os investidores passaram a buscar ativos mais atraentes em outros países, e o dólar acabou perdendo força nesta quarta-feira (13).
Inflação no Brasil surpreende em agosto
Na véspera (12), a sessão ficou marcada pela repercussão dos dados inflacionários do Brasil. Em resumo, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 0,23% em agosto, acelerando em relação ao mês anterior, quando a taxa avançou 0,12%.
Embora a inflação tenha acelerado, o mercado comemorou a taxa no mês passado, pois os analistas esperavam um avanço de 0,28%. Em outras palavras, o mercado sabia que a taxa iria subir, mas o avanço foi menor que o projetado, e esse dado é muito importante. A propósito, o IPCA é a inflação oficial do Brasil.
A saber, o termo inflação se refere ao aumento geral nos preços de bens e serviços em uma economia. Assim, quando a taxa inflacionária sobe, o dinheiro passa a comprar menos bens e contratar menos serviços, pois o aumento da inflação reduz o poder de compra do consumidor.
Para controlar a taxa inflacionária, o Banco Central (BC) eleva os juros no país, visando reduzir o poder de compra do consumidor. Como o crédito fica mais caro, a economia tende a desacelerar, e isso ajuda a controlar a inflação. Aliás, o BC elevou por 12 vezes consecutivas a taxa de juros no Brasil, entre 2021 e 2022, dificultando a vida dos brasileiros.
No início de agosto, o BC promoveu o primeiro corte dos juros no país em três anos, e a expectativa é de mais reduções nos próximos meses. Inclusive, o IPCA mais fraco que o esperado em agosto é um sinal de fortalecimento da redução dos juros, o que tende a enfraquecer o dólar ante o real.
Por fim, alguns investidores acreditam que a moeda americana deverá recuar em setembro, influenciada pela melhora econômica do Brasil. Contudo, outros acreditam em mais um mês de avanço da divisa, pressionada pelas preocupações internacionais com a inflação.