Copom diz que corte de juros anual seguirá com moderação (Entenda!)
Pressão inflacionária influencia na decisão do Banco Central
O Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, anunciou em uma ata, que deverá seguir com os cortes da taxa de juros básica da economia brasileira, Selic. Todavia, a estimativa é a de que haja um recuo novamente de 0,50% nas próximas reuniões, seguindo com uma queda moderada do índice anual.
A princípio, o Copom divulgou nesta terça-feira (26/09), a ata da reunião que ocorreu na semana passada, na quarta-feira (20/009), quando decidiu por um corte de 0,50% na taxa de juros. Neste sentido, a Selic passou de 13,25% para 12,75% ao ano. Vale ressaltar que esse foi o segundo corte consecutivo do Banco Central.
Por essa razão, a taxa Selic atualmente está em seu menor patamar, desde o mês de junho de 2022. Tanto o mercado financeiro, o Governo Federal e setores econômicos do país esperam que o Copom continue reduzindo os juros nas próximas reuniões. De fato, há uma expectativa positiva neste cenário de cortes.
De acordo com a ata do Copom divulgada hoje, “Os membros do Comitê concordaram unanimemente com a expectativa de cortes de 0,5 ponto percentual nas próximas reuniões e avaliaram que esse é o ritmo apropriado para manter a política monetária contracionista necessária para o processo desinflacionário”.
Taxa de juros e a inflação
Analogamente, o Copom afirma que, no momento, é pouco provável que a taxa de juros tenha um corte maior nas próximas reuniões. Ou seja, o comitê deve atuar com uma certa moderação daqui pra frente. Para que ele reduzisse a taxa Selic de uma forma mais expressiva, deveria haver uma confiança sobre a redução da inflação.
Ademais, o Banco Central afirma que a inflação no país está atualmente caindo. No entanto, ela ainda está acima da meta estabelecida pelo Governo Federal. Deve-se observar que no acumulado de 12 meses ela está na casa dos 4,61%. Isso quer dizer que ela está acima da meta, que é de 3,25% para este ano de 2023.
Desse modo, convém mencionar que os investidores estimam que a inflação oficial do país termine o ano de 2023 em 4,86%. Portanto, o Banco Central diz que o cenário atual exige uma certa cautela, e deve atuar com moderação no corte de juros. O ciclo de cortes na Selic depende diretamente da pressão inflacionária.
O Instituto braileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgou hoje informações sobre o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA-15). De acordo com o levantamento, a inflação de setembro acelerou em relação a agosto. Neste sentido, nos últimos 12 meses há uma alta expressiva de 5%, acima da meta do Banco Central.
Expectativas do mercado financeiro
De acordo com especialistas econômicos, a redução da taxa de juros pelo Copom não deverá se acentuar durante o ano de 2023. Aliás, o comitê afirma que uma restrição na Selic é necessária para que a pressão inflacionária do país seja contida, ou ainda, que haja uma redução. Portanto, o Banco Central deve ser cauteloso.
Uma outra questão que precisa ser observada é relacionada ao cenário internacional, que tem gerado uma grande preocupação. Dessa maneira, os bancos centrais de outros países também têm agido com uma certa moderação, principalmente dos Estados Unidos e da União Europeia, para conter a inflação.
Por conta dessas questões, o Copom deve continuar nas próximas reuniões, a reduzir os juros em 0,50%. O processo de corte da taxa Selic deve continuar, mas não há espaço para cortes de 0,75%, por exemplo, neste ano. O fato é que o mercado financeiro do país esperava uma ação do Banco Central mais corajosa.
Estimativa da Taxa Selic
O Relatório Focus do Banco Central nesta semana, apontou que o mercado financeiro brasileiro estima que a taxa de juros básica da economia nacional, Selic, em 2023 fique em 11,75% ao ano. Em síntese, essa expectativa acompanha a reunião passada e a decisão do Copom em sua ata divulgada nesta terça-feira.
Em conclusão, o Banco Central diz que continuará com os cortes moderados na taxa de juros anuais durante 2023. Para 2024 a estimativa é a de que a Selic fique em 9% ao ano. De fato, dessa vez a decisão do Copom foi unânime. Com essa medida, o Brasil a partir de agora deixou o primeiro lugar no ranking global dos juros reais.