Um custo extra de R$ 3,6 bilhões pode ser repassado aos brasileiros, por meio da conta de luz, para evitar um apagão. As informações são do Estadão.
Para se ter uma ideia, na última quinta-feira (22) o ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico) divulgou uma nota técnica, que fala justamente das dificuldades devido a crise hídrica e que os recursos poderão chegar no seu limite.
De acordo com a estimativa do ONS, o problema pode piorar se a crise hídrica continuar até novembro. Isso porque os recursos para geração de energia por meio das usinas hidrelétricas se esgotariam.
Os valores da conta de luz, inclusive, estão adicionados de cobrança extra – as bandeiras tarifárias. Especificamente neste mês de julho, a bandeira vermelha patamar 2 está acionada e não há perspectiva de mudança, mesmo com atualizações mensais.
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Há riscos de desabastecimento ou apagão?
De acordo com a ONS, o que deve acontecer é que os recursos utilizados em caso de pico de energia, falhas ou eventuais quedas – podem acabar.
Pode acontecer situação semelhante ao apagão de 2001? Quem nega a hipótese é Reginaldo Medeiros, presidente executivo da Abraceel, em entrevista ao Estadão.
“O sistema elétrico é outro. Antes, ele era fundamentalmente hidráulico; agora, há mais fontes disponíveis e um sistema mais eficiente de transmissão”, explicou.
O ONS também apontou que “embora o estudo indique que até o fim de 2021 a situação permanecerá sensível, o Operador está acompanhando os desdobramentos das ações já em curso e atuando dentro de suas atribuições para aumentar a oferta das fontes de energia e garantir que não haja a suspensão do suprimento elétrico”.
Custos mais altos na conta de luz
Os custos para geração de energia têm sido altos, principalmente com a necessidade de acionar as termelétricas. Foram gastos, com reservatórios e fornecimento de energia, um total de R$ 3,632 bilhões, de janeiro a maio de 2021.
Segundo a Abraceel (Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia) os valores na casa dos bilhões devem ser semelhantes nos próximos meses, com o ritmo esperado de chuvas até novembro.
Os valores sempre são repassados aos consumidores pela conta de luz, o que será mantido neste caso.
Segundo Reginaldo Medeiros, presidente executivo da Abraceel, em entrevista ao Estadão, as usinas termelétricas, que são mais caras, são utilizadas em períodos de críticos, como o Brasil enfrenta.
“É a crise mais grave em um século e não há muito mais a ser feito, além de usar todos os recursos disponíveis para evitar um racionamento. Vai sair mais caro, mas ninguém quer ficar sem luz”, explica.