Consumo de soníferos e calmantes cresce no Brasil
A rotina cada vez mais atribulada associada a hábitos nada saudáveis, como tabagismo, álcool e sedentarismo, inclusive, o preocupante cenário atual de crise sanitária, devido à Pandemia, vem fazendo com que brasileiros percam o sono, literalmente.
De acordo com a Associação Brasileira do Sono (ABS), 45% dos brasileiros se queixam de dificuldades para dormir, recorrendo ao uso de medicamentos como soníferos e calmantes, a fim de garantir o descanso noturno necessário.
Dormir poucas horas por noite pode gerar inúmeras consequências prejudiciais à saúde, aumentando inclusive, o risco de doenças como a hipertensão, diabetes, depressão e obesidade. Além disso, outros fatores estão associados à má qualidade do sono, entre o baixo rendimento intelectual, falta de memória, alterações de humor e até o controle do peso corporal.
Com base nesta realidade, o consumo de substâncias que estimulam o sono, como o zolpidem cresceu 560% nos últimos oito anos, segundo dados da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Apesar de ser essencial garantir uma boa noite de sono, o uso de determinados medicamentos como soníferos ou calmantes podem desencadear outros transtornos à saúde.
Prejuízos do alto consumo de medicamentos para dormir
Entre as graves consequências do uso de medicamentos que induzem o sono, os especialistas alertam para o risco de dependência, já que o corpo pode se habituar rapidamente com os efeitos da substância.
Além disso, pode haver a ausência de efeito em longo prazo, visto que o organismo acaba desenvolvendo uma certa resistência após seu uso prolongado.
Outras consequências associadas ao uso de medicamentos para dormir são:
- Quadros de parasomnia (estado de semiconsciência, que provoca sonambulismo)
- Sonolência diurna e falta de energia
- Problemas na coordenação motora e memória
- Episódios de Apneia
- Parada respiratória
Alternativas para dormir sem remédio
Apesar de o uso de medicamentos parecer uma solução mais rápida, vale lembrar, que suas consequências em longo prazo não equivalem à celeridade do tratamento.
Sem efeitos rebotes e o que é melhor, sem prejuízos à saúde, alguns métodos alternativos vêm sendo aderidos por parte das pessoas que sofrem de insônia e já desistiram do uso de medicamentos, devido aos riscos eminentes.
A meditação, por exemplo, já vem sendo usada por muitas pessoas na hora de garantir uma melhor qualidade do sono, entretanto, recentemente, sua eficácia vem sendo alvo de pesquisas.
De acordo com um estudo, que vem sendo realizado há dois anos, por meio de uma parceria com a Universidade Federal de São Paulo em parceria com o Instituto do Sono, a meditação é apontada como uma alternativa para a indução do sono, sem a necessidade do uso de medicação.
Ainda segundo o estudo, em um grupo de 16 mulheres, que utilizavam medicamentos para dormir, oito foram submetidas à técnica de meditação e o restante apenas orientações para reduzir o consumo de medicamentos. O resultado foi que 75% das mulheres do grupo de meditação pararam com o uso dos soníferos, enquanto apenas 25% do grupo sem meditação, conquistaram este objetivo.
Outras técnicas como ioga, acupuntura e massagem, também já tiveram eficácia comprovada pelos estudos dessas entidades.
Em casos de dificuldade para dormir, o mais indicado é buscar auxílio médico, além de associar essas práticas mencionadas acima como complementares ao tratamento.