O Ministério de Portos e Aeroportos está trabalhando na possibilidade de criação de um novo consignado. A ideia é que as pessoas consigam financiar passagens de avião em até 12 vezes sem juros. Tal sistema poderia ser usado pelos brasileiros interessados no programa Voa, Brasil do Governo Federal.
O projeto em questão prevê a liberação de passagens de assentos ociosos a um valor de R$ 200 para qualquer trecho do Brasil. Em entrevista ao Portal G1, o Ministro de Portos e Aeroportos, Márcio França (PSB) afirmou estar conversando com as companhias, e que as empresas levaram a ideia do consignado.
Como vai funcionar
Segundo França, a ideia do consignado é atender apenas as pessoas que têm direito ao projeto e que recebam algum salário ou pensão fixa. É o caso, por exemplo, dos servidores públicos federais, estaduais e municipais. Além disso, poderiam entrar também os aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
As pessoas interessadas teriam que selecionar a passagem desejada e dividir o valor de R$ 200 em até 12 vezes. As 12 parcelas seriam cobradas sem juros pelas companhias, e o desconto nos valores seriam feitos diretamente na fonte, assim como acontece em um crédito consignado comum.
Por ora, os estudantes com FIES, que também estão na lista de atendidos pelo Voa Brasil, não poderiam entrar no esquema do consignado.
Outras exigências
Na mesma entrevista concedida ao portal G1, França disse também que o projeto ainda não está fechado e que o sistema pode passar por mudanças nas regras de seleção.
Por agora, o que se sabe é que as pessoas que têm direito de participar do Voa, Brasil são:
- Servidores públicos dos níveis federal, estadual e/ou municipal;
- Aposentados e pensionistas do INSS;
- Estudantes com FIES.
Além disso…
- É necessário ter uma renda de até R$ 6,8 mil por mês.
Além disso…
- Também será exigido que o cidadão não tenha realizado nenhuma viagem de avião nos últimos dois anos.
O Voa, Brasil
Quando anunciou a criação do programa Voa, Brasil, o Ministro Márcio França começou a receber uma série de elogios e também de críticas. Mas uma crítica especial chamou atenção: a que foi feita pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Dias depois de anunciar a criação do programa, Márcio França ouviu de Lula em uma reunião ministerial que o Governo Federal não vai mais permitir que os seus ministros tomem decisões antes de a ideia passar por uma análise dos Ministros da Casa Civil, Rui Costa (MDB), da Fazenda, Fernando Haddad (PT) e do Planejamento, Simone Tebet (MDB).
Rui Costa
Em entrevista à Globo News na última semana, o Ministro Rui Costa confirmou que o Governo está trabalhando no programa, mas insinuou que o Voa, Brasil ainda tem algumas brechas.
“Sobre este programa específico, nós vamos refiná-lo para em uma oportunidade, conhecendo todos os detalhes e as possibilidades, fazer um anúncio adequado”, disse o Ministro.
“Esse é um pouco o papel da Casa Civil, que é pegar ideias muito boas e estruturá-las, refiná-las, corrigir pontos. É o que eu estou dizendo, muitas mãos trabalhando e muitos olhares, você passa a enxergar coisas que quem propôs a ideia não enxergou”, completou.