Na última terça-feira (29), a 123 Milhas oficializou um pedido de recuperação judicial. A decisão da empresa se deu após uma série de polêmicas envolvendo o cancelamento de passagens e pacotes ofertados para clientes com valores promocionais.
Desde o último dia 18 de agosto, a empresa chamou a atenção de clientes e da mídia com seu comunicado de cancelamento de serviços. Alegando fatores econômicas e dificuldades de seu mercado adverso, agora a 123 Milhas comprovou que está em uma situação delicada.
123 Milhas e seu pedido de recuperação judicial
O pedido feito pela empresa ocorreu no Tribunal de Justiça de Minas Gerais. Ao declarar uma dívida de 2,3 bilhões de reais, a 123 Milhas pediu a suspensão imediata dos processos de cobrança movidos contra ela. O movimento é uma tentativa de salvar a empresa após cancelar serviços de viagem e hospedagem
A 123 Milhas alegou no pedido de recuperação judicial a necessidade de cumprir os compromissos com clientes, ex-colaboradores e fornecedores. Assim, a empresa declarou que o movimento permitirá uma concentração maior de todos os valores devidos.
Nesse sentido, o comunicado da empresa afirmou ainda que essa é a melhor forma de quitar suas dívidas. Assim, ela poderá alcançar “soluções com todos os credores para progressivamente reequilibrar sua situação financeira”.
Por fim, o comunicado da empresa declarou que seus responsáveis continuam fornecendo todos os dados pedidos pelas autoridades. Se a 123 Milhas tiver seu pedido de recuperação judicial aprovado, suas dívidas farão parte de trâmites específicos de pagamento.
Polêmicas envolvendo a empresa
A notícia de suspensão de serviços de passagens aéreas e pacotes de viagem mais baratos pegou muita gente de surpresa. Para tentar acalmar os ânimos dos clientes, a 123 Milhas ofereceu a opção de trocar o valor dos serviços suspensos por vouchers da empresa.
Porém, a iniciativa não agradou o público, sobretudo pela falta de uma opção de reembolso. Dessa forma, o Procon de São Paulo está investigando a empresa desde a semana passada. O motivo é a falta de uma resposta satisfatória aos pedidos de esclarecimento da plataforma sobre o cancelamento de viagens e hospedagens.
Vale lembrar que o movimento da 123 Milhas de pedir recuperação judicial não impedirá as investigações sobre a empresa. Na CPI das Pirâmides Financeiras, os sócios da empresa Ramiro Júlio Soares Madureira e Augusto Júlio Soares Madureira foram convocados.
No entanto, nenhum dos dois compareceu para prestar depoimento como testemunhas. Assim, eles receberam, por meio de seus advogados, uma petição para adiamento da oitiva. Dessa forma, eles terão mais uma chance para honrar seus compromissos judiciais.
Expectativas da 123 Milhas sobre seu pedido de recuperação judicial
Conforme fontes próximas aos responsáveis da empresa, dos 2,3 bilhões de reais em dívida 600 mil são para credores. A 123 Milhas, em seu pedido de recuperação judicial, também solicita um prazo de suspensão de suas dívidas de pelo menos 180 dias.
Caso o pedido de recuperação judicial se concretize, os mais prejudicados serão os clientes consumidores da empresa. Isso porque eles serão os últimos a receber valores devidos, ficando atrás de credores, fornecedores e parceiros comerciais. E isso sem garantia de recebimento.