O edital de concurso público da Polícia Rodoviária Federal, divulgado no ano passado com 500 vagas, não será o suficiente para amenizar o problema de pessoal na corporação. Acontece que a PRF conta com um déficit de nada menos que 8,3 mil policiais, resultados de aposentadorias, mortes, exonerações, entre outros motivos. Desta forma, a corporação tem a possibilidade de convocar aprovados além do número de vagas do edital, o chamado excedentes.
Na última segunda-feira, 08 de abril, a Federação Nacional dos Policiais Rodoviários Federais (FenaPRF) esteve reunida com o diretor-geral da PRF, Adriano Furtado, para tratarem sobre o assunto. Em seu Twitter, o diretor-geral da corporação se manifestou sobre o encontro: “Hoje recebi em meu gabinete uma comissão de aprovados no concurso da PRF em andamento e, junto com eles, representantes da FenaPRF. Na ocasião tratamos de diversos aspectos sobre o concurso. Desejo sorte e sucesso aos aprovados,” disse Furtado.
Além do diretor e de membros da FenapRF, estiveram presentes uma comissão de aprovados do concurso, representando os candidatos excedentes.
Segundo informações passadas pela Federação ao site Folha Dirigida, a FENAPRF é favorável ao grupo de aprovados e lutará pela convocação dos candidatos. Para o presidente Deolindo Carniel, é sempre importante preencher o maior número de vagas possível. “Temos que preencher todas as vagas possíveis, precisamos diminuir o déficit de servidores na PRF”, frisou.
PRF tem déficit de 8,3 mil policiais e mesmo efetivo de 1994
Segundo dados da própria corporação, o efetivo de novembro de 2018 era de 10.029 servidores. No entanto, o ideal seriam 18.424 policiais. O coordenador da SOS estradas, Rodolfo Rizzoto, disse em entrevista ao Globo News que o efetivo é praticamente o mesmo desde 1994. De acordo com ele, a malha rodoviária aumentou, assim como os tipos de crimes que se cometem.
Em março do ano passado, o ex-diretor geral da corporação, Renato Dias, já havia comentado sobre o grande déficit da PRF. Segundo Dias, o número ficaria ainda maior no final de 2018. Além disso, ele frisou que as 500 vagas que foram oferecidas no concurso divulgado em 2018 ainda não serão suficientes para preencher o déficit. As provas desse certame foram realizadas no dia 03 de fevereiro.
De acordo com o Painel Estatístico de Pessoal (PEP) do Ministério do Planejamento, as vagas do concurso não suprem nem mesmo as aposentadorias. A PRF registrou mais de 700 aposentadorias desde o fim da validade do último concurso.
Diretor da PRF quer concursos anuais
O novo diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal, Adriano Marcos Furtado, diz que vai lutar por abertura de concursos anuais para corporação. Em janeiro, o novo chefe da PRF esteve reunido com o diretor executivo do órgão, José Lopes Hott, e com representantes sindicais da carreira.
O presidente da FenaPRF, Deolindo Paulo Carniel, destacou a importância de se aumentar o número de policiais que compõem o efetivo da PRF. Carniel solicitou a Furtado que faça gestão junto ao Governo para que a PRF tenha concursos visando o preenchimento das vagas previstas em lei, uma vez que atualmente existe um déficit muito grande de policiais.
PRF trabalha para fazer um novo pedido de edital ao Governo
A PRF trabalha para efetuar um novo pedido de concurso para o cargo de Policial. A informação foi confirmada na última terça-feira, 12 de março, pela Assessoria de Imprensa da corporação. Na ocasião, o setor negou que tenha sido protocolada uma nova solicitação ao Ministério da Economia, pasta responsável pela autorização dos concursos no âmbito federal.
A PRF confirmou que o pedido começou a ser elaborado, mas ainda não há uma previsão de quando será enviado. Neste ano, o prazo de envio vai até o dia 31 de maio. A corporação ainda informou que um novo pedido será feito “seguindo tradição”. O quantitativo de vagas ainda não foi revelado.
O Concurso PRF
Para ingresso na carreira de Policial Rodoviário Federal, é necessário nível superior (em qualquer área) e carteira nacional de habilitação (CNH) na categoria ”B”. Os candidatos devem ser avaliados por prova objetiva de conhecimentos específicos, prova discursiva, exame de capacidade física, avaliação de saúde, avaliação psicológica, investigação social, avaliação de títulos e curso de formação profissional.
As tarefas do Policial Rodoviário Federal dependerão da classe, sendo dividas em quatro: Classe Especial; Primeira Classe; Segunda Classe; e Terceira Classe. O salário inicial da carreira de policial rodoviário federal é de R$10.357,88 em 2019. Os valores já incluem o auxílio alimentação, que atualmente está fixado em R$458.
O Policial de terceira classe tem a missão realizar atividades de natureza policial envolvendo a fiscalização, patrulhamento e policiamento ostensivo, atendimento e socorro às vítimas de acidentes rodoviários e demais atribuições relacionadas com a área operacional do Departamento de Polícia Rodoviária Federal, enquanto o de segunda classe terá que efetuar atividades de natureza policial envolvendo a execução e controle administrativo e operacional das atividades inerentes ao cargo, além das atribuições da Terceira Classe.
A PRF trabalha em parceria com outras instituições, como Ministério Público do Trabalho (MPT), Polícia Federal (PF), Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Receita Federal, Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama), Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e outros.
O concurso da PRF é composto por: a) prova objetiva, de caráter eliminatório e classificatório; b) prova discursiva, de caráter eliminatório e classificatório; c) exame de capacidade física, de caráter eliminatório, d) avaliação de saúde, de caráter eliminatório; e) avaliação psicológica, de caráter eliminatório; f) avaliação de títulos, de caráter classificatório; e g) investigação social, de caráter eliminatório, de responsabilidade da PRF.