Em meio a um cenário de incertezas, os lojistas brasileiros manifestam sua oposição em relação à possível extinção ou restrição das compras parceladas sem juros no cartão de crédito. A Associação Brasileira dos Lojistas Satélites de Shopping (Ablos) levanta sérias preocupações quanto aos impactos que tal medida poderia acarretar tanto para os varejistas quanto para os consumidores.
A Ablos, representante dos lojistas que atuam nos espaços de shopping, expressa receios em relação aos possíveis desdobramentos dessa eventual decisão. Caso efetivada, a medida traria consigo o risco iminente de encarecer todas as transações realizadas por meio de pagamentos parcelados.
Um exemplo claro desse impacto pode ser observado na compra de eletrodomésticos. Com o possível fim do parcelamento sem juros, a divisão do valor de tais produtos em prestações tornaria-se mais complexa, sem mencionar o potencial aumento no preço final do bem adquirido.
De acordo com dados divulgados pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban), a prática de parcelamento é um componente vital no hábito de consumo do país. Cerca de 75% das compras realizadas em solo brasileiro são efetuadas por meio desse método, demonstrando seu papel central na dinâmica econômica.
Mudanças podem prejudicar famílias de baixa renda
Mauro Francis, figura de destaque e presidente da Ablos, enfatiza que o parcelamento sem juros desempenha um papel fundamental ao facilitar o acesso ao consumo para aqueles que não possuem a capacidade de quitar suas aquisições à vista. A possibilidade de dividir pagamentos em prestações oferece um alívio financeiro para muitos cidadãos que não têm condições de efetuar pagamentos à vista.
“O cenário atual de inflação e juros altos dificultam o consumo das famílias, principalmente de baixa renda, que é a maior parte da população brasileira e que usa a opção de parcelamento das compras como forma de manter o mínimo de condições de sobrevivência. Ademais, muitos lojistas vendem parcelado para manterem seus negócios”, afirma.
Compra parcelada sem juros
No Brasil, o parcelamento de compras sem juros é uma prática profundamente enraizada no comportamento de consumo dos cidadãos. Esse método, que permite aos consumidores dividir o valor total de uma compra em várias prestações, tem desempenhado um papel significativo no estímulo ao consumo e na acessibilidade a produtos e serviços.
Como já dito anteriormente, informações divulgadas pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban) indicam que aproximadamente 75% das compras realizadas no país são parceladas. Esse dado reflete a prevalência desse método de pagamento, que se estende desde pequenas transações cotidianas até a aquisição de itens de maior valor, como eletrodomésticos, eletrônicos e até mesmo automóveis.
O parcelamento sem juros tem sido considerado uma ferramenta fundamental para muitos consumidores que não possuem a capacidade financeira imediata de pagar o valor integral de um produto ou serviço de uma só vez. Ao permitir que a quantia total seja dividida em prestações iguais, o consumidor pode adquirir bens de maior valor sem que isso gere uma pressão excessiva sobre seu orçamento.
Essa prática também se tornou um diferencial competitivo para muitos estabelecimentos comerciais, incluindo lojas físicas e virtuais. Empresas frequentemente oferecem parcelamento sem juros como parte de estratégias de marketing, atraindo consumidores e incentivando gastos mais substanciais.
Em suma, a compra parcelada sem juros é uma prática comum e arraigada no Brasil, desempenhando um papel crucial na economia e no cotidiano dos brasileiros. Sua continuidade ou possível mudança é um tópico de debate relevante, pois pode influenciar diretamente o comportamento de compra e as estratégias de negócios no país.