As redes sociais têm exercido um papel cada vez mais significativo em nossas vidas, transformando a forma como nos comunicamos, compartilhamos informações e nos conectamos. No contexto da prevenção do suicídio, a mídia desempenha um papel fundamental, independentemente da forma como é apresentada – seja em jornais, livros, revistas ou na internet.
No entanto, é importante reconhecer que a internet tem uma relação ambivalente quando se trata de prevenção e riscos. Embora haja um grande volume de informações disponíveis, nem sempre isso se traduz em maior prevenção, devido a falhas na forma como a informação é transmitida e à confiabilidade e veracidade do conteúdo.
O desafio das redes sociais virtuais
As redes sociais virtuais oferecem uma ampla gama de conteúdos, desde materiais preventivos até conteúdos prejudiciais. Embora tenham trazido muitos benefícios para a sociedade, também podem gerar consequências para a saúde mental, como isolamento e ansiedade. Por vezes, o mundo virtual, apesar de nos manter conectados, pode nos deixar emocionalmente distantes.
No contexto do comportamento suicida, as redes sociais têm o potencial de serem ambientes de apoio e intervenção. Elas podem oferecer recursos para conectar usuários a profissionais de saúde mental e comunidades de apoio, criando um espaço onde as pessoas possam identificar onde encontrar ajuda e recursos úteis para a redução do estigma.
No entanto, também podem ser ambientes que propiciam formas de contágio em indivíduos vulneráveis, por meio de conteúdos prejudiciais.
Educação e conscientização
Diante desse cenário complexo, é crucial investir em educação e conscientização. Campanhas que promovam a saúde mental e identifiquem os sinais de alerta devem ser implementadas para diferentes faixas etárias. Além disso, a colaboração em rede, entre as plataformas de redes sociais, setores sociais e especialistas em saúde mental, é fundamental.
É importante também aumentar a visibilidade dos conteúdos preventivos, incluindo informações sobre como denunciar conteúdos nocivos online.
Reflexões sobre a jurisdição e regulação
A internet está presente no cotidiano de indivíduos em todo o mundo, sendo constantemente atualizada para facilitar o acesso e a globalização. No entanto, esse fenômeno global suscita reflexões sobre questões de jurisdição, regulação e liberdade de expressão. É necessário enxergar o espaço online como uma ferramenta de prevenção, aliada dos profissionais de saúde no cuidado integral do indivíduo, incluindo sua busca, comentários e compartilhamentos na web, que podem ser importantes sinais que vão além do exame físico.
Além disso, mais pesquisas sobre como o brasileiro busca essa temática virtualmente, em diferentes plataformas, podem auxiliar no desenvolvimento de estratégias mais eficazes de prevenção em nível nacional.
Buscando ajuda profissional e os recursos disponíveis
É importante ressaltar que, se você ou alguém que você conhece está passando por dificuldades emocionais, não deixe de buscar ajuda profissional. O Centro de Valorização da Vida (CVV) oferece apoio emocional e atua na prevenção do suicídio, atendendo voluntária e gratuitamente todas as pessoas que querem e precisam conversar, sob total sigilo, por telefone, e-mail e chat. Ligue para o número 188 do telefone fixo ou do seu celular, 24 horas por dia.
Ademais, as redes sociais desempenham um papel significativo na prevenção do suicídio, mas também apresentam desafios e riscos. É necessário investir em educação, conscientização e colaboração entre as plataformas de redes sociais, setores sociais e especialistas em saúde mental. Além disso, é fundamental aumentar a visibilidade dos conteúdos preventivos e estar atento aos sinais de alerta.
A internet pode ser uma ferramenta poderosa na prevenção do suicídio, desde que utilizada de forma responsável e consciente. Juntos, podemos promover a saúde mental e reduzir o estigma associado ao tema.