Como saber se o rendimento da minha poupança é o atual ou antigo?
A poupança é a modalidade de investimento mais comum no Brasil, porém vem perdendo atratividade nos últimos tempos. Isso se deve ao seu rendimento, que anda muito baixo, com a taxa básica de juros atingindo sua mínima histórica de 2% ao ano. Contas em bancos digitais, com rendimentos maiores, também vêm tirando a popularidade da poupança.
Segundo a lei 12.703, que entrou em vigor no dia 4 de maio de 2012, a caderneta de poupança deve funcionar da seguinte maneira:
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Se a taxa básica de juros estiver menor ou igual a 8,5% ao ano, a poupança renderá 70% da Selic + Taxa Referencial (que está zerada no momento);
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Se a taxa básica de juros for maior que 8,5% ao ano, a poupança terá rentabilidade de 0,5% ao mês + Taxa Referencial.
Mudanças na rentabilidade
Desse modo, pode se dizer que a poupança rende mais se a taxa básica de juros, denominada Selic, passar de 8,5%. No entanto, mesmo após duas altas consecutivas de 0,75 pontos percentuais na Selic, a taxa chegou a apenas 3,5% ao ano. Isso significa que a caderneta está longe de chegar a rentabilidade de 0,5% ao mês + TR, e continua sendo um mau negócio para se investir.
Mas nem sempre foi assim. Antes dessa lei 12.703 a poupança sempre rendia a 0,5% + TR, atingindo um rendimento mínimo de 6% ao ano. Assim sendo, quem realizou um depósito em conta poupança antes do dia 4 de maio de 2012 possui uma rentabilidade bem maior que a atual, que é de apenas 2,45% ao ano.
Como saber se a minha poupança é a atual ou a antiga?
Segundo a mesma lei 12.703 de 2012, as instituições financeiras têm a obrigação de informar se o seu saldo na poupança corresponde ao regime antigo ou o novo. Caso você possua saldo nos dois regimes, o banco deve separá-los em contas diferentes. Além disso, se um saque for realizado, o dinheiro mais recente será priorizado.
Segundo Marco Harbich, planejador financeiro CFP pela Planejar, “atualmente quem tem recursos aplicados na caderneta (nova) está perdendo dinheiro, pois o ganho real está negativo”.
Isso significa que, ao se descontar a inflação da rentabilidade da poupança, o valor fica negativo, fazendo com que o investidor perca poder de compra. Em um período de 12 meses, de abril de 2020 até abril deste ano, a poupança teve uma perda de 4,8%, segundo a Economatica. Na prática, quem deixou R$1.000 na poupança nesse período perdeu R$48.
Já a Taxa Referencial, presente na conta para calcular o rendimento da poupança, também não deve voltar a subir. Foi criada no governo de Fernando Collor, com o objetivo de auxiliar no controle da inflação e servir de referência na economia.
A TR interfere em aplicações financeiras, como a caderneta de poupança, Tesouro Direto, FGTS, e financiamento imobiliário. A taxa está zerada desde 2018, devido à queda na taxa de juros, e dificilmente voltará a ser positiva a curto prazo.