Como o 5G vai impactar a vida do brasileiro

5G vai desbloquear tecnologias que vão mudar a forma como o brasileiro vai se relacionar com empresas

O leilão do 5G, que aconteceu em novembro do ano passado, permitiu que as operadoras adquirissem as radiofrequências para implementar a tecnologia. Algumas delas já começaram a implementar a tecnologia, como a Claro e a Algar Telecom, permitindo que clientes brasileiros com smartphones compatíveis com o 5G tenham acesso a velocidades mais rápidas e menor latência na comunicação. 

Segundo a especialista em tecnologia Cristina Fragata, COO da Attri, empresa de tecnologia e usabilidade que oferece soluções para negócios, o 5G vai ajudar a aumentar a produtividade, além de criar oportunidades para a criação de novos aplicativos e modelos de negócios. “Nos próximos anos, vamos testemunhar a verdadeira transformação digital no Brasil”, afirma ela.

LEIA MAIS: 5G no Brasil vai na contramão da conectividade, aponta especialista

Uma das transformações que ela acredita que irá ocorrer é o atendimento automatizado. Com o 5G, será possível realizar coleta de dados do usuário brasileiro, identificar suas demandas e oferecer experiências personalizadas. Essa coleta ocorrerá de maneira mais veloz e em maior volume, segundo Cristina, e, como resultado, empresas conseguirão automatizar seu atendimento, otimizando a experiência do cliente com o marketing, venda e pós-venda. 

Em paralelo, a inteligência artificial (IA) e o aprendizado de máquina tendem a evoluir para apoiar estratégias de segurança, automatizar pagamentos, otimizar a jornada e o relacionamento com o cliente, além de melhorar performance nas operações, como gestão de funcionários, estoque e logística. 

Mais velocidade = mais serviços 

Para Fernando Moulin, Business Partner da Sponsorb, uma consultoria de performance de negócios, acredita que o Brasil entrou tarde no universo do 5G. Ele diz que Alemanha, China, Coréia do Sul, Estados Unidos e Japão são alguns países que já adotam essa tecnologia no dia a dia. Mesmo assim, o 5G vai digitalizar ainda mais o País. 

“A principal vantagem (do 5G), evidentemente, é a maior agilidade na prestação de serviços públicos e privados, possibilitando mais eficiência para as organizações e maior produtividade aos colaboradores”, diz. 

O 5G vai desbloquear novas tecnologias, como os carros autônomos e as cirurgias remotas via robôs, por exemplo. E tecnologias que hoje já existem, como a realidade virtual e a realidade aumentada, devem evoluir ainda mais. Moulin diz que não haverá mais distinção entre “virtual e físico”. 

Sobre realidade aumentada, Cristina, da Attri, aponta que há um grande potencial dela se popularizar no varejo. Isso porque será possível realizar as ofertas dos varejistas de forma personalizada, permitindo que os clientes visualizem os produtos em diferentes configurações, até mesmo em casa. Utilizando óculos de realidade aumentada, um cliente pode ver como é determinado produto sem sair de casa, por exemplo. 

Segundo Cristina, isso impulsionará a tendência de maior integração entre as compras físicas e online e mudará a forma como os consumidores se conectam com as marcas, refletindo diretamente na experiência do consumidor. Junto com a Internet das Coisas (IoT) e o rastreio de produtos, a tecnologia vai mudar a forma como o varejo atende os clientes. 

Os desafios do 5G 

Moulin lembra que há o ônus do 5G: é preciso adequar toda a infraestrutura tecnológica das cidades, inclusive com troca da maioria dos celulares – que não foram desenvolvidos para captar a frequência do 5G. Segundo a consultoria de negócios Oliver Wyman, são cinco desafios para permitir que o brasileiro desfrute do 5G: 

A monetização do 5G não é certa. Ainda não há uma solução que faça o investimento no 5G valer a pena. A perspectiva é que uma oferta de soluções e serviços é o mais viável, atendendo principalmente o setor corporativo. Devido ao custo do investimento, as operadoras deverão estar mais cautelosas. 

Os investimentos para a tecnologia 5G serão muito superiores em relação aos feitos apenas com o leilão. A infraestrutura demandará mais aporte de capital, o que deixa as operadoras ainda mais cautelosas e isso pode, sim, impactar os cronogramas de instalações da quinta geração de redes celulares. 

A relação entre o custo de uma antena pequena, instalada em um poste de luz, por exemplo, em comparação com as antenas tradicionais e gigantescas será um pouco diferente. A expectativa é que as operadoras ainda vão estudar os fornecedores desses equipamentos. 

Comparado com o 4G, o 5G vai exigir uma maior densificação de antenas, de duas a quatro vezes mais antenas sendo necessárias para cobrir uma mesma área numa avaliação inicial.

Deixe uma resposta

Seu endereço de email não será publicado.