Como criar diálogos perfeitos em redações?
Levanta a mão se você tiver algumas das dúvidas abaixo:
- Como começar um bom diálogo?
- Como terminar um bom diálogo?
- Como segurar a atenção do leitor em um diálogo?
- Qual o tamanho ideal de um diálogo?
- Como faço para saberem quem está falando sem utilizar “ele disse”, “ela perguntou”?
Se você levantou a mão para alguma, ou para todas, não sofra!
São questões comuns para quase todo mundo que escreve um texto com diálogos. Afinal, não existe uma regra geral para a criação de diálogos potentes e incríveis.
Por isso, montamos esse material de apoio, com algumas dicas de como facilitar seu processo de criação de diálogos. Mas lembre-se: o feeling também conta. Se você criou um diálogo e está feliz com ele, não precisa deletar tudo assim que terminar essa leitura! Confie na sua escrita!
Como falamos, não existe regra básica. Poderão haver variações na construção de diálogos de diferentes escritores. Mas alguns detalhes podem ajudar, e muito em uma construção mais interessante.
Aprenda esses dois detalhes que valem ouro na escrita de diálogos:
- Conheça suas personagens: a coisa mais importante, antes de criar diálogos, é conhecer muito bem as personagens. Tal personagem falaria dessa forma? Será que perguntaria isso desse jeito? Qualquer parte do texto precisa dessa análise. Mas nos diálogos, é ainda mais importante que você conheça muito bem sua personagem. O tom, a escolha de palavras, uso de gírias, tudo varia muito de acordo com como você criar cada personagem. Uma criança fala de um jeito, um adulto de outro. E adultos possuem variações de estilo de fala. Existe sotaque, regionalismo, trejeitos, expressões características, uma gama imensa de detalhes na fala que você pode inserir para distinguir a fala e criar personalidade.
- Uso de indicadores: o uso de indicadores é opcional. O mais comum é o uso do travessão. Alguns autores optam por aspas. Outros inserem no meio do texto, sem distinção. Depende do que você gosta mais. Mas procure ajudar seu leitor a não se sentir perdido quando for inserir diálogos sem marcação de travessão ou aspas.Antes: Então, ele disse: – Olha, eu preciso ser sincero. Eu sou seu pai.;
No meio: – Olha, eu preciso ser sincero – ele disse. – Eu sou seu pai.;
Final: Olha, eu preciso ser sincero. Eu sou seu pai – ele disse.*O uso do indicador no meio da frase é utilizado como recurso dramático, cortando a fluidez do diálogo, instigando o leitor.
Fique de olho nessas dicas!
- Leia em voz alta, se possível;
- Escreva de acordo com o contexto;
- Não revele no diálogo o que já aparece no subtexto;
- Mostre as diferenças nas vozes dos personagens;
- Use termos além de “ela disse”, “ele perguntou”;
- Coloque mais ação, mas evite falar demais;
- Não tenha medo de errar;
- Busque referências;
- Se atente para o ritmo do diálogo, equilibrando-o com a narração;
- Evite ao máximo utilizar verbos dicendi*
* Os verbos dicendi são aqueles que utilizamos, no discurso direto, para se referir ao modo como nosso interlocutor se expressa por meio de palavras ou pensamentos:
Dizer: afirmar, declarar
Exclamar: gritar, bradar
Verbo: Sentido
Perguntar: indagar, interrogar
Qual o foco do diálogo?
De uma forma geral, lembre-se que o diálogo é aquele momento em que você se despe da função de narrador, e entrega a responsabilidade para a personagem.
As “conversas faladas” possuem elementos que só são significativos quando pronunciados. Mas quando escritas em um texto, perdem o sentido e podem torná-lo chato e cansativo. Por outro lado, um diálogo cheio de gírias ou encurtado de forma incorreta pode deixar a desejar.
Diálogos possuem um potencial tão grande que, em muitos casos, são os elementos da narrativa que realmente fazem diferença. Eles têm o poder de envolver os leitores.
Saber equilibrar é o diferencial!