O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostrou nesta quinta-feira (29) que nos últimos seis anos, o comércio brasileiro já perdeu mais de 466 mil postos de trabalho em consequência do fechamento de mais de 177 mil empresas no país.
Estes dados fazem parte da última edição da Pesquisa Anual do Comércio (PAC) que foi realizada em 2019, reforçando o encolhimento do setor que já se estende desde 2014, período em que o país também começou a sofrer aumento da inflação.
Detalhes dos dados do IBGE sobre postos de trabalho e número de empresas
De acordo com o IBGE, havia pouco mais de 1,4 milhão de empresas somente no ramo do comércio em 2014, que empregavam ao todo cerca de 10,2 milhões de trabalhadores. Dessa forma, em apenas seis anos o comércio brasileiro perdeu 4,4% do pessoal ocupado e 11% do número de empresas.
O IBGE também destacou os três segmentos do comércio – atacado, comércio de veículos, varejo, peças e motocicletas, todos estes perdendo uma grande quantidade de postos de trabalho neste período.
Entre o maior número de vagas que fechou no período, o de varejistas é que o tiveram a maior dificuldade para continuarem com os seus postos de trabalho abertos. A seguir, veja o número de trabalhadores perdidos para os principais segmentos do comércio:
- Comércio varejista: Perda de 326,2 mil postos de trabalho, o que representa uma queda de 4,1%;
- Comércio por atacado: Perda de 108 mil postos de trabalho, o que representa uma queda de 5,9%;
- Comércio de veículos, peças e motocicletas: Perda de 32 mil postos de trabalho, o que representa uma queda de 3,4%.
Com encolhimento do setor, remuneração média também caiu
Por conta do encolhimento do setor, a remuneração média também caiu bastante. A queda média salarial no período analisado foi de 2,6% e isso inclui o comércio todo. Já para o segmento atacadista, a queda foi de 2,5% e o setor varejista foi o que teve a menor variação, de 1%.
O IBGE também destacou que a participação do atacado obteve bastante destaque em relação ao varejo, com o segmento atacadista voltando a assumir protagonismo em relação ao varejo.
O setor varejista obteve uma liderança por cinco anos consecutivos, porém este foi ultrapassado pelo comércio em 2019, recuperando o posto que havia sido perdido em 2013, como apontavam os índices do IBGE.
Entre 2010 e 2019, o comércio conseguiu aumentar a sua receita líquida em 2,5 pontos percentuais, ficando somente atrás do varejo, que conseguiu uma evolução de 2,9 pontos percentuais. Embora maior em termos percentuais, o avanço do varejo não foi capaz de superar o do atacado.
Ainda não se sabe ao certo de que forma o comércio poderá se restabelecer após a pandemia, pois todas as restrições acabaram afetando as vendas, as contratações de novos profissionais e por fim, acarretar fechamento de empresas no país.