O número de brasileiros que trabalham por conta própria bateu um recorde no primeiro trimestre de 2021. Pelo menos é isso o que mostram os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). De acordo com o levantamento, o nível é o mais alto registrado desde o início das observações em 2012.
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Ao todo, no terceiro trimestre deste ano cerca de 24,8 milhões de brasileiros declararam que trabalham por conta própria. Esse número inclui aqueles que estão formalizados e os informais. Considera-se que a pessoa trabalha por conta própria e é formalizada quando ela tem um CNPJ registrado, por exemplo.
Ainda de acordo com o IBGE, o número de Microempreendedores Individuais segue em disparada no Brasil. Para se ter uma ideia, um trabalhador virou MEI a cada dois segundos no país no primeiro semestre de 2020. Os números mostram que há, portanto, uma tendência de crescimento e ela provavelmente não vai parar tão cedo.
O IBGE mostra ainda que existe também um recorde no número de trabalhadores por conta própria em relação à população que está ocupada. Hoje, o Brasil possui uma massa trabalhista de cerca de 87,7 milhões de pessoas. Desses, 28% trabalham individualmente e sem nenhum tipo chefe.
Em 12 estados, pelo menos, essa taxa passa dos 30%. Isso quer dizer, portanto, que de cada 10 trabalhadores, pelo menos 3 estão trabalhando por conta própria. O maior número relativo é do estado do Amapá. Por lá, cerca de 37% dos cidadãos que estão na força de trabalho, estão fazendo isso por conta própria.
Não é por vontade
Em tese, quando um cidadão decide trabalhar por conta própria, isso não é um problema. A grande questão é quando esse brasileiro entra nesse mercado por pura falta de opção em outra modalidade de emprego. Pelo menos é isso o que dizem os especialistas.
“Tanto podem ser aqueles que estavam informais e decidiram se formalizar, quanto aquele empreendedor por necessidade”, disse a economista da Universidade Federal da Bahia, Diane Gonzaga, em entrevista para o jornal Folha de São Paulo.
Vale sempre lembrar que mesmo com o avanço da vacinação e a diminuição nos casos da Covid-19 no país, o fato é que conseguir emprego ainda não é tarefa fácil. É justamente por isso que muita gente está optando por esse tipo de trabalho.
Promessa de trabalho
Para resolver esse problema, o Ministro da Economia, Paulo Guedes, afirma que tem um plano. De acordo com ele, a ideia é recuperar boa parte dos empregos até o final deste ano. Ele disse que está confiante nesse objetivo.
Tanto é que ele acredita que não vai ser necessário prorrogar o Auxílio Emergencial. Na visão do Ministro, as pessoas que estão recebendo esse dinheiro encontrarão um trabalho formal em pouco tempo.
Dentro do Governo Federal há uma grande discussão sobre a prorrogação ou não do Auxílio Emergencial. Em entrevista nesta terça-feira (12), Paulo Guedes garantiu que isso não vai acontecer a não ser que uma nova variante da Covid-19 surja.