As redes de varejo brasileiras acharam uma boa estratégia para aumentar suas vendas através de cartões de crédito próprios das lojas. Sendo assim, lojas como Riachuelo, C&A, Renner e Magalu possuem seus próprios cartões, os quais contam com uma série de vantagens exclusivas para os clientes. No entanto, os consumidores devem ficar atentos, pois os juros podem ser altos, e acabar gerando dívidas.
Assim como nos cartões de crédito tradicionais, nos cartões de lojas os consumidores podem realizar as compras e pagar a fatura posteriormente, geralmente em parcelas mensais. No entanto, os cartões de lojas costumam oferecer descontos exclusivos nas compras.
Segundo Marcos Crivelaro, professor de finanças da Fundação Vanzolini, vale a pena obter um cartão de crédito de lojas. “Penso que se a pessoa é um consumidor de uma loja de maneira costumeira, vale a pena fazer o cartão, pois terá algumas vantagens, como parcelamento, limite de crédito maior, promoções, descontos e outros benefícios”, afirma.
Além disso, Maurício Takahashi, professor de Finanças da Universidade Presbiteriana Mackenzie, também diz que esses cartões de crédito podem ser vantajosos para compras planejadas.
“Se a loja oferecer descontos significativos, vantagens exclusivas e programas de fidelidade atrativos, o cartão pode ser vantajoso. Caso contrário, vale a pena avaliar se os benefícios oferecidos justificam o uso. Compare com programas de cashback em cartões de crédito convencionais. Avalie todas as opções antes de tomar uma decisão”, afirma o especialista.
Juros dos cartões de crédito no varejo
Apesar das vantagens exclusivas, é muito importante ficar atento aos juros nas compras parceladas dos cartões de crédito de lojas varejistas, assim como em possíveis taxas de anuidade.
Sendo assim, o Banco Central brasileiro possui uma pesquisa semanal com o ranking de todas as instituições financeiras e as respectivas taxas de juros cobradas. A pesquisa possui uma defasagem de 15 dias, mas é uma boa fonte de pesquisa sobre os juros dos cartões.
De acordo com Takahashi, “com o cartão de crédito você traz o consumo do futuro para o presente, mas, em contrapartida, paga mais caro e aumenta os gastos do presente e do futuro. Por isso, é importante evitar acumular dívidas, principalmente por compras impulsivas que trazem pouco ou nenhum benefício real”.
Redução do juros do rotativo
Os juros do rotativo do cartão de crédito atingiram a maior taxa desde 2017, chegando a 455,1% ao ano. Com isso, governo e os bancos estão tentando chegar em um acordo para reduzir essa taxa, que se tornou a maior do mercado financeiro. Sendo assim, o Banco Central vem participando das negociações, aproveitando o momento de lançamento do programa Desenrola Brasil, o qual permite que os consumidores renegociem suas dívidas com benefícios.
O governo também teve que negociar para que certos bancos participassem do Desenrola Brasil. No entanto, as instituições financeiras estão resistindo às negociações com intuito de baixar o juros do rotativo do cartão de crédito.
O crédito rotativo, para quem não conhece, é aquele acionado quando o consumidor não consegue pagar completamente a fatura do cartão de crédito na data de vencimento. No entanto, os juros dessa modalidade são muito altos, e geralmente fazem com que as pessoas se afundem em dívidas.