“Cartas Chilenas”: análise da obra cobrada no Vestibular UEL 2024

Cartas Chilenas”, publicada no século XVIII, é uma obra satírica escrita por Tomás Antônio Gonzaga, escritor e poeta do arcadismo brasileiro.

Além de ser cobrada com frequência por questões de literatura dentro das principais provas do país, a obra foi selecionada para fazer parte da lista de leituras obrigatórias da edição 2024 do Vestibular da UEL, o processo seletivo da Universidade Estadual de Londrina.

Assim, para que você consiga entender os principais aspectos da obra, o artigo de hoje trouxe um resumo com tudo aquilo que você precisa saber sobre “Cartas Chilenas” para a UEL. Vamos conferir!

Quem foi Tomás Antônio Gonzaga?

Tomás Antônio Gonzaga nasceu no mês de agosto do ano de 1744, em Portugal. No ano de 1751, o autor passou a viver no Brasil junto com a sua família.

O escritor participou do Arcadismo Brasileiro, um movimento literário do século XVIII. Além disso, Tomás Antônio Gonzaga também atuou em eventos importantes da história brasileira, como a Inconfidência Mineira.

“Cartas Chilenas”: resumo sobre a obra

“Cartas Chilenas” é uma obra satírica de Tomás Antônio Gonzaga composta por poemas produzidos na cidade de Vila Rica, Minas Gerais, durante o século XVIII.

A obra é formada por 13 cartas. Porém, para garantir o anonimato do autor, Tomás Antônio Gonzaga utiliza um pseudônimo: Critilo. As cartas são direcionadas para Doroteu, pseudônimo do autor Claudio Manuel de Costa.

Nessas cartas, Critilo, morador de Santiago do Chile (que, na verdade, é Vila Rica), narra sobre as irregularidades do governador chileno, o Fanfarrão Minésio. Esse personagem, porém, foi criado para representar de forma satírica Luís da Cunha Meneses, governador de Minas Gerais na época.

“Cartas Chilenas”: principais aspectos

Em “Cartas Chilenas”, Tomás Antônio Gonzaga usa uma linguagem irônica e sarcástica para criticar a política da época colonial e as injustiças sociais do período. Dessa forma, o autor utiliza a sua obra para realizar uma importante denúncia e reflexão sobre a realidade do Brasil durante o período colonial. Até os dias de hoje, essa obra é considerada uma das mais importantes sátiras da literatura brasileira.

Para escrever a sua crítica, o autor utilizou versos decassílabos, compostos por dez silabas poéticas, e versos brancos (ou seja, sem rima). A opção pelos versos brancos é mais frequente nos momentos em que Tomás Antônio Gonzaga realiza uma crítica direta. Além disso, os poemas foram organizados com base na estrutura de uma carta.

Livro Cartas Chilenas
“Cartas Chilenas” é uma obra satírica de Tomás Antônio Gonzaga. Imagem: Negative Space/Pexels

Com essa obra, é possível observar que o arcadismo brasileiro não produzia somente obras sobre a simplicidade, a natureza, o amor e o bucolismo, mas também abordava temas políticos e sociais.

Por meio da utilização de pseudônimos, Tomás Antônio Gonzaga conseguiu realizar diversas críticas contundentes aos problemas do governo de Luís da Cunha Meneses, governador de Minas Gerais na época que antecede a Inconfidência Mineira. Os fatos por ele criticados eram conhecidos no período, uma vez que Luís da Cunha ficou conhecido por ser um político sem moral e narcisista. Esse político governou a província de Minas Gerais entre os anos de 1783 1788 e, dentre os principais problemas criticados nas “Cartas Chilenas”, estão a corrupção, os diversos abusos de poder, a cobrança de impostos excessivos e a injustiça.

Outros livros obrigatórios do Vestibular UEL 2024

Além de “Cartas Chilenas”, outros livros também foram selecionados para compor a lista de leituras obrigatórias da próxima edição do Vestibular da UEL. Veja quais foram as obras escolhidas:

  • Contos novos, de Mário de Andrade;
  • Quarto de Despejo, de Carolina Maria de Jesus;
  • O seminarista, de Bemardo Guimarães;
  • Histórias que os jornais não contam, de Moacyr Scliar;
  • Niketche, de Paulina Chiziane;
  • O rei da vela, de Oswald de Andrade;
  • Torto arado, de ltamar Vieira Junior;
  • Melhores poemas, de Fernando Pessoa;
  • Chove sobre minha infância, de Miguel Sanches Neto.

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