O programa de barateamento dos carros populares no Brasil vai ser um sucesso. Ao menos esta é a avaliação do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB). Em conversa com jornalistas, ele disse que está confiante de que o projeto vai ter uma boa aceitação da sociedade e que muitas pessoas conseguirão comprar os seus veículos.
“Estamos muito otimistas com a resposta dos consumidores”, disse o vice-presidente. Na manhã desta terça-feira (6), ele falou sobre o assunto ao participar por videoconferência de um evento da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). O órgão também participou das conversas em torno do lançamento do programa.
Alckmin, que também é Ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, classificou a medida como inteligente, porque condiciona o tamanho do desconto a uma série de características dos veículos no Brasil. O projeto prevê uma classificação por pontos para apontar quais carros terão os maiores abatimentos.
A declaração de Alckmin ocorre no mesmo dia em que o Governo Federal publicou oficialmente no Diário Oficial da União (DOU) a Medida Provisória (MP) que dá origem ao programa. A ideia é que o sistema tenha duração de apenas quatro meses, e conceda descontos que vão variar entre R$ 2 mil e R$ 8 mil, a depender de uma série de caraterísticas do carro.
Questão ambiental
No evento da Anfavea, Alckmin respondeu críticas de ambientalistas para o programa social. Nas últimas semanas, grupos de defesa do meio ambiente criticaram a ideia do Governo Federal de facilitar a compra de carros que funcionam à base de gasolina, combustível que poderia ser prejudicial ao meio ambiente.
Sobre este assunto, o vice-presidente respondeu que os carros movidos a gasolina terão um desconto sensivelmente menor. Além disso, ele argumentou que é preciso facilitar a compra desses carros para trocar a frota mais antiga que ainda roda com gasolina, e que teria um poder muito maior de poluir o meio ambiente. “Estávamos com uma frota muito envelhecida, que emite 23 vezes mais”, disse.
O carro popular
A MP que estabelece a criação do programa de barateamento do carro popular indica a liberação de R$ 1,5 bilhão para o projeto. Este montante será dividido da seguinte forma:
- R$ 700 milhões para incentivo a caminhões;
- R$ 500 milhões para veículos leves;
- R$ 300 milhões para ônibus.
Estes números funcionam como uma espécie de teto de gastos para o programa. Assim, quando as despesas atingirem estas marcas, o programa deixa de funcionar, mesmo que antes dos quatro meses que estão programados para o funcionamento do projeto.
Para os primeiros 15 dias de programa, a ideia é restringir o campo de atendimento apenas para as pessoas físicas. Em entrevista, o Ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT) disse que esta decisão foi tomada para evitar que empresas como locadoras sejam mais rápidas e acabem usando boa parte do crédito sem dar espaço para os motoristas autônomos.
“Vamos dar a primeira quinzena para as pessoas físicas adquirirem. O medo era de que as locadoras pudessem se apropriar dessa frota rapidamente e o consumidor final, o cara do Uber que está querendo trocar o carro, ficasse a ver navios”, disse. Haddad também deixou claro que este período de restrição poderá ser prorrogado a depender do andamento do projeto.
Além dos carros
Também nesta terça-feira (6), o Governo Federal publicou a MP que estabelece a criação do programa Desenrola. Assim como prometido na campanha eleitoral do ano passado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a ideia é ajudar brasileiros no processo de negociação de dívidas.
Hoje, estima-se que pouco mais de 60 milhões de cidadãos estejam endividados de alguma forma. O Governo espera que o Desenrola ajude a diminuir este número em um curto espaço de tempo.