Se você é aposentado, certamente já teve que atender alguma ligação de algum banco oferecendo serviços. Segundo relatos de cidadãos brasileiros, esta forma de contato está se tornando cada vez mais comum, e em alguns casos, até abusiva. O Congresso Nacional deverá começar a discutir o tema ainda nesta semana.
Na próxima quinta-feira (26), as comissões de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática e de Defesa dos Direitos dos Idosos devem iniciar os debates. O objetivo é colher ideias para tentar criar projetos que visem diminuir o número de ligações que os aposentados recebem de bancos privados neste momento.
Na maioria dos casos, as ligações que as instituições financeiras fazem para os aposentados e pensionistas são feitas com o intuito de oferecer possibilidades para o empréstimo consignado. Trata-se do crédito que o cidadão solicita e passa a pagar na forma de descontos mensais em seus benefícios.
Um dos pontos que os parlamentares devem discutir é a questão do uso dos dados dos segurados. Os debatedores querem entender como as instituições financeiras têm acesso aos principais dados pessoais dos segurados do INSS, como o próprio telefone pessoal dos cidadãos, que em boa parte das vezes, não querem ser incomodados.
Além disso, há uma preocupação com os possíveis golpes. Há casos de cidadãos que acabam sendo vítimas de fraudes por parte de quadrilhas que ligam para os aposentados prometendo empréstimos com juros irreais. E há situações em que os idosos não pedem o consignado e entram sem ter solicitado nada.
Fraudes para aposentados
Dados da própria Federação Brasileira de Bancos (Febraban) revelam um aumento de 60% nas fraudes financeiras contra idosos durante o período da pandemia do coronavírus em comparação com o tempo imediatamente anterior.
Ainda segundo a Febraban, os principais alvos são justamente os aposentados e pensionistas do INSS. Especialistas afirmam que uma dica é evitar contratar o consignado que ofereça vantagens muito fora da realidade.
Outra dica é conversar com os idosos que moram na sua casa sobre o assunto. Como boa parte dos aposentados não têm muita intimidade com a tecnologia e com o mundo da internet, eles não sabem que podem ser vítimas de golpes.
O que fazer se eu cair em um golpe?
Caso o cidadão já tenha caído em um golpe que envolve o consignado, o primeiro passo é informar a situação para as autoridades. É preciso fazer um boletim de ocorrência na polícia civil da sua região o mais rapidamente possível.
Além disso, também é importante formalizar a reclamação no Banco Central (BC). Basta ligar para o número 145 ou abrir o site oficial da instituição. Entrar em contato com o banco responsável pelo débito também é importante.
Se possível, a vítima também pode formalizar uma reclamação em um órgão de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon) ou mesmo no Ministério Público. São ações que podem proteger o segurado oficialmente.