Caixa libera “FGTS Futuro” para financiamento imobiliário a partir de 2023

A partir do primeiro trimestre do próximo ano trabalhadores de todo o Brasil poderão utilizar o “FGTS Futuro” ou “FGTS Consignado” para a compra da sua casa própria.

A partir do primeiro trimestre do próximo ano trabalhadores de todo o Brasil poderão utilizar o “FGTS Futuro” para a compra da sua casa própria. Trata-se de uma modalidade disponibilizada pela Caixa Econômica Federal para realizar o financiamento de moradias do Casa Verde e Amarela.

Em suma, a medida deve entrar em vigor 90 dias após a publicação das normas operacionais, prevista para acontecer até o dia 18 de janeiro, conforme resolução do Conselho Curador do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). A iniciativa permitirá que o trabalhador financie sua casa com os valores que ainda receberá.

 

Quem pode usar o FGTS do Futuro?

Segundo a pasta regulamentadora, os grupos que poderão utilizar esse recurso são os que podem recorrer as taxas de juros do Casa Verde e Amarela. Sendo eles:

  • Famílias com renda bruta mensal de até R$ 4,4 mil;
  • Trabalhador com carteira assinada, sob o regime CLT;
  • Trabalhador que tenha saldo positivo no FGTS;
  • Quem não tem outro imóvel em seu nome.

 

FGTS do Futuro no financiamento imobiliário

Para que o trabalhador consiga utilizar os futuros depósitos no seu FGTS para as transações imobiliárias, ele precisa cumprir as seguintes regras.

No que se refere a amortização da dívida do financiamento imobiliário:

  • Estar em dia com o pagamento da dívida em caso de quitação de parte do financiamento;
  • Não estar impedido de ser comprador, ou seja, que não possua registro de gravame;
  • Não possuir financiamento aberto no SFH;
  • Não possuir imóvel residencial urbano;
  • Não ter sido objeto de utilização do FGTS em aquisição anterior, em um período inferior a 3 anos, contados a partir da data do registro na matrícula do imóvel;
  • Não ter usado ou ser dono de parte do imóvel ou de algum localizado no mesmo município;
  • No caso de construção, o imóvel deve ser urbano e destinado à moradia;
  • O imóvel tem uma limitação de valor de até R$ 1,5 milhão;
  • Para a compra do imóvel é necessário que esse esteja matriculado no RI (Registro de Incorporação do Imóvel);
  • Para a construção é necessário que o terreno seja de propriedade de quem quer sacar o FGTS;
  • Ter, no mínimo, três anos de carteira assinada recebendo o FGTS.

Com relação a compra ou construção de imóvel:

  • Compra de imóveis residenciais para familiares, dependentes ou terceiros;
  • Compra de imóvel comercial;
  • Compra de material de construção;
  • Compra de terrenos sem construção ao mesmo tempo;
  • Reforma ou ampliação do próprio imóvel.

 

Riscos da nova modalidade

A modalidade é facultativa ao trabalhador, sendo assim, caberá a ele contratá-la ou não. Todavia, o novo formato de operação não está isento de riscos. Diferente de acumular o saldo no FGTS ou utilizá-lo para amortizar ou quitar o financiamento, o trabalhador terá seus valores bloqueados para o pagamento da dívida.

Em síntese, o risco está relacionado ao caso que o cidadão for demitido. Caso isso aconteça, o trabalhador ficará com a dívida, que passará a incidir sobre parcelas de maior valor. Dessa forma, se continuar desempregado por muito tempo, além de ter a casa tomada, o mutuário ficará sem o FGTS.

No entanto, o Ministério do Desenvolvimento Regional informou em nota, que o risco das operações será assumido pelos bancos que oferecem a modalidade, e que continua valendo a regra atual de pausa no pagamento das parcelas, por até seis meses por quem fica desempregado.

O valor não pago é incorporado ao saldo devedor, e diluído nas próximas parcelas, conforme acordo entre a Caixa Econômica Federal e o Conselho Curador do FGTS. Além disso, a lei possui um artigo, que autoriza a retomada do Fundo Garantidor de Habitação Popular, criado em 2009, para cobrir a inadimplência nos programas habitacionais.

De todo modo, nos casos de inadimplência ainda é necessário a edição das regras por meio de resoluções do Ministério do Desenvolvimento Regional e do Conselho Curador do FGTS.

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