Na última segunda-feira (8), a Caixa Econômica Federal anunciou o lançamento de uma linha de crédito destinada ao financiamento de implantação de energia solar em residências. O programa é chamado de Caixa Energia Renovável e tem como objetivo alcançar o público que não têm condições financeiras de arcar com um projeto do tipo se não for mediante a um empréstimo.
A linha de crédito, que deve ser disponibilizada nas agências da Caixa em breve, prevê o financiamento de até 100% do projeto, dependendo da capacidade financeira do cliente, e taxas a partir de 1,17%. O financiamento vale não só para a aquisição de equipamentos, como também para a sua instalação.
O prazo para pagamento vai até 60 meses, com carência de até 180 dias para o vencimento da primeira prestação. O crédito pessoal será oferecido em duas modalidades: sem garantias ou com caução de aplicações financeiras de renda fixa.
Outras linhas de crédito voltadas às energias renováveis
O programa Caixa Energia Renovável se soma a outras duas linhas ligadas às energias renováveis: a MPE Ecoeficiência, destinada a empresas, e o Programa Sustentabilidade CAIXA para o setor agro.
No caso da MPE Ecoeficiência, o empresário pode obter crédito para financiar máquinas e equipamentos, desde que sejam destinados à redução da geração de resíduos e emissão de poluentes. Nesse caso, a linha permite financiar até 100% do bem, com seis meses de carência e até 54 meses de amortização. A taxa de juros é a partir de 1,09% + TR (Taxa Referencial) ao mês.
Para o setor do agronegócio, existem dois tipos de financiamento: o primeiro deles, ABC (Agricultura de Baixo Carbono) tem como público-alvo os agricultores, já o Inovagro (Programa de Incentivo à Inovação Tecnológica na Produção Agropecuária do Governo Federal) busca estimular e fomentar a produção agropecuária, através do financiamento de máquinas e equipamentos.
A nova linha de crédito chega em um momento em que as tarifas de energia elétrica assustam os brasileiros
O Brasil vem passando por uma preocupante crise hídrica nos últimos meses, o que interferiu diretamente na disponibilidade de energia elétrica no país. Com isso, foi necessário o acionamento de usinas termelétricas para compensar a demanda não atendida pelas usinas hidroelétricas.
O problema é que a geração de energia por meio de termelétricas é consideravelmente mais cara, o que interfere diretamente no bolso do consumidor: atualmente, vigora no país a chamada bandeira de escassez hídrica, que cobra R$ 14,20 adicionais a cada 100 kWh (quilowatt-hora) consumidos.
O sistema de bandeiras foi criado em 2015 pela Aneel, e segundo a agência, além de possibilitar ao consumidor saber o custo real da geração de energia, o sistema incide nas despesas no orçamento das distribuidoras, evitando assim uma possível quebra financeira das mesmas.
Confira os valores para cada bandeira, na tabela a seguir:
Bandeiras | Valores |
Bandeira Verde | Sem cobrança adicional |
Bandeira Amarela | R$ 1,84 por 100 kWh consumidos |
Bandeira Vermelha | Patamar 1: R$ 3,971 por 100 kWh consumidos
Patamar 2: R$ 9,492 por 100 kWh consumidos |
Bandeira de escassez hídrica (preta) | R$ 14,20 por 100 kWh consumidos |
É natural que a busca por alternativas mais baratas cresça, portanto a própria Caixa destaca que um sistema de geração de energia fotovoltaica pode reduzir em até 95% o valor da conta de luz em uma residência.