Na última terça-feira (15), o assunto mais comentado no Brasil foi o apagão que atingiu todas as regiões do país. Milhões de pessoas iniciaram o dia sem energia elétrica em suas residências, e só vieram saber o que realmente aconteceu com o passar do tempo.
Desde que a situação foi normalizada em todo o país, o Governo Federal vem trabalhando incansavelmente para identificar as causas do apagão energético. Em resumo, as principais autoridades do sistema elétrico brasileiro estão buscando respostas para o evento.
Apagão atingiu 26 das 27 UFs
O apagão energético afetou cerca de 29 milhões de pessoas em quase todo o país. A falta de energia atingiu 26 das 27 unidades federativas (UFs), com exceção de Roraima, cuja população não sofreu com a interrupção do fornecimento de energia elétrica. Aliás, o estado nortista não foi afetado porque não está ligado ao sistema nacional.
A saber, a interrupção do serviço começou por volta das 8h31, segundo o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).O fornecimento de energia só aconteceu em todo o país às 14h49, ou seja, houve regiões que passaram mais de seis horas sem eletricidade. No entanto, em alguns locais, a falta de energia durou menos que uma hora.
O ONS deve apresentar um relatório preliminar sobre as prováveis causas do problema até esta quinta-feira (17). Aliás, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, se reuniu na manhã desta quarta-feira (16), em Brasília, com o diretor-geral do ONS, Luiz Carlos Ciocchi, e a presidente interina da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Angela Regina Livino de Carvalho.
Veja o que o governo diz sobre o apagão
De acordo com o Governo Federal, o apagão pode ter começado devido a dois eventos que ocorreram simultaneamente, um no Ceará e outro em um ponto do sistema ainda cuja identificação ainda não foi feita.
No Ceará, a ocorrência causou uma falha operacional. Isso afetou a interligação da rede entre as regiões Norte e Sudeste, gerando uma reação em cadeia. O problema acabou forçando a interrupção do fornecimento energético para as regiões Sul e Sudeste para evitar que houvesse maiores danos ao sistema elétrico.
Na tarde da terça-feira (15), o ministro Alexandre Silveira falou sobre o apagão. “O que aconteceu hoje é extremamente raro que aconteça, porque nós temos um sistema redundante. Para acontecer um eventos dessa magnitude, nós temos que ter tido dois eventos concomitantes, em linhas de transmissão de alta capacidade. Ou seja, é extremamente raro que aconteça o que aconteceu no episódio de hoje“, disse.
Ministro pede investigação da Polícia Federal
Além das providências adotadas no âmbito do Ministério de Minas e Energia, Silveira disse que pedirá ao Ministério da Justiça e Segurança Pública para que a Polícia Federal investigue o ocorrido e à Agência Brasileira de Inteligência (Abin) que acompanhe a apuração.
“Por se tratar de um setor altamente sensível, além de determinar as apurações devidas e internas pelo ONS, Aneel e nossas vinculadas, estou oficiando ao Ministério da Justiça, para que seja encaminhada à Polícia Federal um pedido de instauração de inquérito policial para que apure com detalhes o que poderia ter ocorrido, além de diagnosticar apenas onde ocorreu. Vamos encaminhar tanto à PF quanto para a Abin a instauração de procedimentos para apurar eventuais dolos nesse ocorrido de hoje.”
Ministro pede investigação da Polícia Federal
Nesta quarta-feira, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, confirmou que ainda não há explicações para a queda de energia. As declarações aconteceram durante a participação do ministro no programa Bom Dia Ministro, no Canal Gov.
“Falei hoje pela manhã com o ministro de Minas e Energia [Alexandre Silveira]. Estamos determinados e cobrando urgência para o detalhamento das causas desse apagão. Não há razão para este apagão“, disse Costa, afirmando confiar no sistema elétrico nacional.
Em outras palavras, o ministro Rui Costa disse que o problema não deve ter acontecido devido à falta de capacidade de geração do país. Segundo ele, a causa mais provável é que tenha ocorrido erro ou falha técnica, e o governo já está apurando as causas.
“O ocorrido de hoje não tem nada a ver, absolutamente nada a ver com o suprimento energético e a segurança energética do Brasil. Nós vivemos um momento de abundância dos nossos reservatórios“, afirmou o ministro Alexandre Silveira.