Esta terça-feira (16) tem sido um grande dia para os motoristas do país. Como informado pelo Notícias Concursos, a Petrobras anunciou o fim da Política de Paridade de Importação (PPI), que guiava a companhia nos reajustes dos preços dos combustíveis.
Com a nova política, quem mais se beneficiou foram os consumidores brasileiros. Isso porque, além de reduzir o preço do diesel, a Petrobras também diminuiu o preço da gasolina nas refinarias do país.
Após iniciar o ano de 2023 elevando o preço da gasolina, mais especificamente no final de janeiro, a Petrobras anunciou a terceira redução consecutiva no valor do litro do combustível. Em resumo, a primeira redução promovida pela companhia em 2023 foi no início de março, quando a gasolina ficou 3,92% mais barata para as distribuidoras do país.
Ainda em março, a Petrobras anunciou uma segunda redução, também de 3,92%, derrubando o preço do combustível de R$ 3,31 para R$ 3,18 por litro.
Agora, a estatal promoveu uma forte redução de 12,6% no valor da gasolina, cujo litro passará de R$ 3,18 para R$ 2,78. Isso quer dizer que as distribuidoras irão pagar 40 centavos a menos por litro. O recuo deverá representar uma grande economia para as distribuidoras, visto que compram milhões de litros de gasolina da Petrobras.
Cabe salientar que a companhia estava comercializando a gasolina a R$ 3,08 por litro no final de 2022. Em outras palavras, o preço do combustível ficará 30 centavos mais barato no país. A saber, os novos valores da gasolina e do diesel entram em vigor no Brasil nesta quarta-feira (17).
Consumidores pagam mais caro
A saber, os preços nos postos de combustíveis são bem mais altos que os das distribuidoras. Isso acontece porque há outras variáveis que impactam os valores dos combustíveis, como impostos, taxas, margem de lucro e custo com a mão de obra. Por isso, a população deve pesquisar os preços mais econômicos para não pagar mais caro do que poderiam.
Em suma, a Petrobras esclarece que a parcela da companhia no preço repassado ao consumidor será, em média, de R$ 2,03 após a redução promovida. Esse percentual se refere ao combustível que tem mistura obrigatória de 73% de gasolina A e 27% de etanol anidro para a composição da gasolina comercializada nos postos.
De acordo com um levantamento da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), o preço médio da gasolina ficou em R$ 5,49, após recuar 0,54% em relação à semana anterior, quando estava custando R$ 5,57 no país.
“Mantidas as parcelas referentes aos demais agentes conforme a pesquisa de preços da ANP para o período de 7 a 13/05, o preço médio ao consumidor final poderia atingir o valor de R$ 5,20 por litro“, disse a Petrobras, em nota.
“Destaca-se que o valor efetivamente cobrado ao consumidor final no posto é afetado também por outros fatores como impostos, mistura de biocombustíveis e margens de lucro da distribuição e da revenda“, acrescentou a companhia.
Por isso que os preços comercializados nas distribuidoras do país são bem maiores, justamente por causa das variáveis citadas. Para os consumidores resta procurar postos com preços mais acessíveis, já que sempre pagam mais caro para abastecerem seus veículos.
Petrobras muda política de preços
Nesta terça-feira (16), a Petrobras anunciou o fim da política de Preço por Paridade de Importação (PPI). Segundo a estatal, o “custo alternativo do cliente, como valor a ser priorizado na precificação” e o “valor marginal para a Petrobras” serão levados em conta para os reajustes nos preços dos combustíveis.
A companhia ainda informou que “os reajustes continuarão sendo feitos sem periodicidade definida, evitando o repasse para os preços internos da volatilidade conjuntural das cotações internacionais e da taxa de câmbio“, explicou a Petrobras no comunicado.
Aliás, analistas alertam para a falta de previsibilidade que a nova política da companhia carrega. Em suma, a PPI permitia alguma previsibilidade de preços, mas o valor dos combustíveis ficava muito dependente às variações nos preços das commodities e do câmbio. Agora, isso não irá mais acontecer, para alívio dos motoristas.
Por falar na PPI, a Petrobras seguia o mercado externo para promover reajustes nos combustíveis, baseando-se em dois fatores: o dólar e o petróleo. Assim, as variações nos preços do barril de petróleo, bem como as oscilações do dólar influenciavam diretamente nos preços dos combustíveis no país.
Essa política PPI foi implementada em 2016, durante o governo do ex-presidente Michel Temer e estabelecia que as variações nos preços do petróleo deveriam ser repassadas para os combustíveis comercializados pela Petrobras.
O problema é que a volatilidade nos valores do barril de petróleo deixava os consumidores expostos a mudanças mais significativas e recorrentes nos preços dos combustíveis, bem como as oscilações na cotação do dólar. Para proteger o consumidor dessa volatilidade, houve a mudança.
Governo volta a cobrar impostos sobre a gasolina
Vale destacar que os motoristas estavam pagando preços menores para abastecer seus veículos com gasolina e etanol nos dois primeiros meses de 2023. Contudo, isso mudou a partir de maio com a volta da cobrança de impostos sobre os combustíveis.
Por um lado, a equipe econômica defendia a volta dos impostos para aumentar a arrecadação aos cofres públicos. Em síntese, o déficit fiscal projetado para 2023 é de R$ 120 bilhões, mas o aumento da arrecadação federal de impostos pode reduzir esse rombo.
A ala política até temia um desgaste da imagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), com o encarecimento dos combustíveis. Entretanto, a opinião econômica prevaleceu e o governo retomou a cobrança do PIS/Cofins sobre os combustíveis.
Com a nova redução no preço da gasolina, que segue bastante elevado no país, os motoristas deverão aproveitar uma redução significativa nas próximas semanas.