O Brasil tem neste momento, algo em torno de 24,8 milhões de trabalhadores informais. São pessoas que estão trabalhando por conta própria. Em relação ao que se viu no primeiro trimestre, mais um milhão de indivíduos decidiram entrar nessa lógica trabalhista. Para a maioria deles, essa não era a primeira opção.
Esses são dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) através da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad). De acordo com analistas, a grande maioria desses brasileiros entrou no mercado informal porque não estava conseguindo se sustentar de outra forma neste momento.
A maioria deles, por exemplo, não estava conseguindo ter acesso a nenhum auxílio de nenhum governo. O benefício emergencial do Palácio do Planalto, por exemplo, está chegando para apenas algo em torno de 37 milhões de brasileiros. E o poder executivo não abriu as inscrições para novos beneficiários este ano.
E mesmo esses 37 milhões de cidadãos que estão recebendo esse dinheiro, costumam afirmar que a quantia não é suficiente. De acordo com o próprio Ministério da Cidadania, o Auxílio Emergencial está pagando parcelas que variam entre R$ 150 e R$ 375 este ano. O valor de uma cesta básica em cidades como São Paulo, Rio de Janeiro e Porto Alegre, ultrapassa os R$ 600 com certa facilidade.
De acordo com analistas do IBGE, o trabalho informal tem uma série de problemas em relação ao que se vê no mercado formal. É que esses trabalhadores acabam não tendo o direito de receber uma série de benefícios trabalhistas. E isso acaba prejudicando na segurança financeira dessas pessoas.
Trabalho dos informais
Quem trabalha na informalidade, por exemplo, não tem muita chance de conseguir um seguro-desemprego ou um auxílio doença. Isso porque ele dificilmente vai conseguir contribuir para o Instituto Nacional de Seguro Social (INSS).
Há casos em que o informal pode receber uma aposentadoria e outros benefícios do INSS. No entanto, para isso ele vai precisar contribuir com o Instituto. E isso não é uma realidade para a grande maioria desses brasileiros sobretudo neste momento.
Ainda de acordo com o IBGE, desses 24,8 milhões de trabalhadores informais que o Brasil registrou no segundo trimestre, apenas algo em torno de 23% possuem um CNPJ. Os outros, que configuram a maioria, não possuem nem essa numeração.
Novo Bolsa Família
Membros do Governo Federal afirmam que estão cientes dessa situação e estão preparando uma série de projetos para este segundo semestre. A grande maioria dessas ideias, no entanto, ainda está no papel.
O mais famoso desses projetos é o novo Bolsa Família. O programa vai passar por uma reformulação e deve acomodar mais gente. Só que isso só deve acontecer a partir do próximo mês de novembro. E isso em uma previsão otimista.
Outro projeto que deve entrar em cena este ano deve ter foco nos mais jovens e nos mais idosos. A ideia do Governo Federal é fechar parcerias com prefeituras para que elas contratem mais pessoas de determinadas faixas de idade.