Brasil não corre risco de racionamento de energia, diz ministro de Minas e Energia
Bento Albuquerque, ministro de Minas e Energia, afirmou nesta quinta-feira (14) que o Brasil não corre o risco de racionamento de energia por conta da atual crise hídrica. De acordo com o ministro, o governo vem monitorando a situação e tomando as medidas necessárias para lidar com o problema.
“É importante destacar que estamos vencendo a batalha, ou seja, com base nas mais recentes projeções apresentadas no Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico, não trabalhamos com a hipótese de racionamento tendo em vista todas as medidas que estão sendo tomadas desde outubro de 2020”, disse o ministro, durante O Encontro Nacional de Comércio Exterior (ENAEX) 2021, promovido pela Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB).
O ministro ainda comentou sobre o sucesso de todos os leilões realizados. Segundo Bento Albuquerque, somente nos últimos certames foram investidos R$ 40 bilhões, resultando uma grande expansão (aproximadamente 13% na geração e 15% na transmissão).
ONS afirma que não há risco de racionamento
Um estudo realizado pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) constatou um cenário mais positivo em relação à atual crise hídrica brasileira. O período úmido chegou dentro do prazo, desta forma, não há risco de racionamento. Apesar disso, o ONS ainda afirma que a situação exige cautela.
“A situação hidroenergética ainda é sensível à eventual frustração dos recursos considerados nesta avaliação e as medidas excepcionais que vem sendo gradualmente adotadas serão mantidas”, diz o relatório publicado pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico.
O estudo ainda constatou que o aumento do volume das chuvas em algumas regiões do país acabou refletindo positivamente o volume dos reservatórios. Os reservatórios fecharam o mês de setembro com índices superiores ao mês anterior, com uma melhora de 2,0 pontos percentuais.
Entenda como a população é afetada com a crise hídrica
Crise hídrica é o nome dado à falta de recursos de água doce para atender as demandas e pode ser causada por falta de chuvas, secas e até mesmo poluição. Apesar disso, alguns outros fatores podem influenciar as crises como anomalias meteorológicas e má gestão de recursos hídricos.
Alguns motivos considerados má gestão dos recursos hídricos são falta de infraestrutura de abastecimento de água e falta de investimentos em educação para um consumo racional, evitando desperdícios. Além disso, a falta de fontes alternativas aos reservatórios e controle de problemas ambientais como o desmatamento influenciam na crise hídrica.
Com a escassez de água, a população acaba enfrentando diversos problemas no dia a dia, como o aumento nas contas de luz. No ano de 2021, por conta da pior estiagem dos últimos 91 anos, a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) criou uma nova bandeira de luz, chamada de bandeira de escassez hídrica. A nova bandeira cobra uma taxa de R$ 14,20 por 100 kWh à população. Segundo a Aneel, essa tarifa deve ser aplicada à conta de energia elétrica até 2022.
Além do aumento na conta de energia, a crise hídrica atinge produtores de grãos e principalmente o consumidor final desses alimentos. A seca vinha ameaçando as safras em algumas regiões do país.
Apesar do atual ministro afirmar que o país não corre o risco de racionamento de energia por conta da atual crise hídrica, várias regiões do Brasil vêm enfrentando racionamento de água nesse período.