O mercado de trabalho brasileiro continua enfrentando muitas dificuldades para se manter firme. De acordo com o Ministério do Trabalho e Emprego, o Brasil criou 1,48 milhão de postos formais de trabalho em 2023.
Embora o número seja bem expressivo, o seu desempenho foi bem menor que o cenário observado nos últimos dois anos. Em síntese, o Brasil havia criado 2,780 milhões de empregos formais em 2021, enquanto os números de 2022 totalizaram 2,013 milhões.
A saber, o número de vagas criadas encolheu 26,3% em relação a 2022. Aliás, o Brasil registrou desaceleração na criação de postos de trabalho pelo segundo ano consecutivo.
A propósito, todos estes dados são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Vale destacar que não é mais adequado fazer comparações com os dados do mercado de trabalho referentes a anos anteriores a 2020, pois o governo federal modificou a metodologia do levantamento.
Empregos formais no Brasil
Segundo os dados do Caged, o Brasil registrou bem mais contratações que demissões em 2023. Veja abaixo os números:
- Contratações: 23,257 milhões;
- Demissões: 21,774 milhões.
Com o acréscimo destes resultados, o Brasil encerrou o ano de 2023 com um saldo de 43,92 milhões de empregos com carteira assinada.
A saber, esse valor ficou 3,5% maior que o saldo observado no final de 2022 (42,44 milhões). Já na comparação com 2021, o valor cresceu ainda mais (8,0%), já que o saldo de empregos com carteira assinada somava 40,67 milhões à época.
Veja os números de vagas criadas pelos setores
O levantamento do Ministério também mostrou que o setor de serviços se destacou na criação de empregos formais no Brasil em 2023, algo que acontece todos os anos.
Veja abaixo quantas vagas cada setor pesquisado criou em 2023:
- Serviços: 886.223 postos de trabalho;
- Comércio: 276.528 postos de trabalho;
- Construção: 158.940 postos de trabalho;
- Indústria: 127.145 postos de trabalho;
- Agropecuária: 34.762 postos de trabalho.
Em resumo, o setor de serviços liderou a criação de empregos no país em 2023, já que o setor é considerado o grande empregador do país. O saldo ficou bem maior que o registrado pelas demais atividades, respondendo por 59,7% do total de vagas criadas no país.
Vale destacar que, em 2022, o setor de serviços havia criado 57,7% do total de postos formais de trabalho gerados no país. Em outras palavras, o setor concentrou ainda mais a criação de vagas no país, apesar de o volume gerado em 2023 (886,2 mil) ter sido menor que o de 2022 (1,176 milhão).
Por sua vez, o grupamento comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas seguiu na segunda posição. Em 2022, o grupo havia gerado pouco mais de 350 mil vagas de trabalho, o que correspondeu a 17,2% do total de vagas criadas no país. Já em 2023, os 276,5 mil postos representaram 18,6% do total.
Embora os números tenham caído para os setores de serviços e comércio, foi a indústria brasileira que registrou o maior tombo anual. Em 2022, o grupo criou 251,9 mil vagas, mas o número caiu pela metade, para 127,1 mil em 2023.
Já a construção, que tinha criado 194,4 mil vagas de emprego em 2022, viu seus números caírem para 158,9 mil. Esse recuo foi bem mais leve que os dos demais grupamentos.
Aliás, o grupo agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura, que tinha gerado 65 mil postos de trabalho em 2022, criou apenas 34,8 mil em 2023, queda de 46,5%.
Sudeste lidera ranking nacional de vagas criadas
O Ministério do Trabalho também revelou dados sobre as regiões brasileiras. Em 2023, houve a abertura de vagas em todas as regiões do país, mas os números ficaram bem distantes, com o Sudeste mantendo a liderança nacional, e com muita vantagem.
Veja os dados de cada uma das regiões brasileiras em 2023:
- Sudeste: 726.327 vagas de emprego;
- Nordeste: 298.188 vagas de emprego;
- Sul: 197.659 vagas de emprego;
- Centro-Oeste: 155.956 vagas de emprego;
- Norte: 106.375 vagas de emprego.
Os dados mostram que a região Sudeste respondeu por cerca de 48,9% do total de vagas criadas no país em 2023, ou seja, quase metade dos números nacionais. Embora o dado tenha sido bastante expressivo, o número caiu mais de 25% em relação às vagas criadas em 2022, que totalizaram 978,7 mil empregos gerados.
Por sua vez, a região Nordeste teve o segundo melhor desempenho do país, respondendo por 20,1% das vagas criadas no país. Na comparação anual, o número de postos de trabalho criados na região caiu 22,5% em relação ao número de empregos criados em 2022 (385,1 mil vagas).
Já os números da região Sul caíram 36% em relação a 2022 (385,1 mil vagas). Já a queda no Centro-Oeste chegou a 32,7%, enquanto o Norte registrou a redução percentual mais leve entre as regiões brasileiras, de 10,7%.
Por fim, vale ressaltar que os dados do Caged consideram apenas os trabalhadores com carteira assinada, não incluindo os trabalhadores informais do país.
Portanto, os dados não são comparáveis às informações levantadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), através da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Continua (PNAD).