Em mais um declaração que chamou atenção, o presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou que a culpa da alta da inflação é fruto das restrições diante da Covid-19.
A entrevista foi dada a Gazeta Brasil e o presidente chegou a comparar o período com o governo da ex-presidenta Dilma. “Se eu não me engano, em 2014 ou 2015, a inflação foi de 10% também. Me aponte qual crise aconteceu nesses dois anos. Não teve crise nenhuma. Nós tivemos aqui a questão do Covid. Com a política do ‘fique em casa’, a cadeia produtiva sofreu solavancos. E a inflação é uma questão natural”, disse Bolsonaro.
Em 2021 a inflação oficial, ou seja, o o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA)
10,06%, a maior taxa desde 2015, quando foi de 10,67%. Transporte, habitação e alimentação e bebidas lideraram os aumentos e chegaram a representar 79% de toda inflação, dá pra imaginar?
Pelo aumento da inflação o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, precisou escrever uma carta aberta explicando os motivos. Entre as justificativas para tal cenário três se destacam: a alta das commodities, a escassez hídrica ( que gerou nova bandeira de energia elétrica) e a falta de materiais para cadeia de produção (com isso, um desequilíbrio entre a procura e a entrega foi inevitável).
“O fraco regime de chuvas levou ao acionamento de termoelétricas e de outras fontes de energia de custo mais elevado durante a segunda metade de 2021, resultando em aumento expressivo das tarifas de energia elétrica”, disse o presidente do BC.
A carta é uma exigência quando a meta da inflação não é atingida, para 2021, por exemplo, o ideal seria uma inflação de 3,75%, com uma margem de 2,25% (5,25%).
Em outras palavras, a meta da inflação era de no máximo 5,25%, quase metade do registrado no ano passado. Com disso, muitas famílias podem ter visto o seu poder de compra diminuir, já que os itens aumentaram de valor e muitas vezes os salário não atingiram a mesma proporção.
Na realidade, o salário mínimo está bem longe do ideal, o que tem trazido problemas para diversas famílias e levado a faixa de pobreza e extrema pobreza. Em contrapartida, os bilionários do mundo aumentaram ainda mais suas riquezas, mesmo diante da pandemia.