Bolsonaro critica Bolsa Família: “escravizava a população”

Em entrevista, presidente voltou a criticar o antecessor do Auxílio Brasil, e disse que o Bolsa Família “escravizava a população”

O presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a criticar o antecessor do Auxílio Brasil, o Bolsa Família. Em entrevista para o Programa do Ratinho, o chefe do executivo disse que o projeto criado pelos governos do PT escravizava a população. Além disso, ele voltou a prometer o aumento de R$ 200 para quem conseguir emprego.

“Com o Bolsa Família, o PT escravizava o pessoal. Se ele conseguisse um emprego, perdia o Bolsa Família. No nosso governo, ele não perde. Ou seja, é a saída para o emprego. Então, isso tudo, repito, dentro da responsabilidade fiscal”, disse o presidente durante a entrevista para o SBT. Ele também disse que “o mercado não precisa se preocupar”.

“Você não vai ter aumento do dólar, cair Bolsa, ter problemas no mercado por causa disso (o aumento do Auxílio Brasil), porque nós fazemos dentro do teto e dentro da responsabilidade”, emendou o presidente. Contudo, ele não explicou nesta entrevista como fará para manter a elevação dentro das regras fiscais.

Esta não é a primeira vez que o presidente Jair Bolsonaro critica o programa Bolsa Família. No decorrer das últimas semanas, as críticas ficaram ainda maiores por causa da proximidade das eleições deste ano. O candidato do PL quer usar o Auxílio Brasil como uma arma eleitoral, e para tanto decidiu fazer comparações recorrentes com o antecessor, Bolsa Família.

O projeto que antecedeu o Auxílio Brasil não punia o cidadão que quisesse trabalhar. Assim como acontece com o atual Auxílio Brasil, existiam condições para que o cidadão continuasse recebendo o benefício. As regras não impediram que grande parte dos cidadãos buscasse uma porta de saída. Segundo dados levantados pelo jornal O Estado de São Paulo, 69% do público original do programa conseguiu emprego e saiu do projeto.

O adicional de R$ 200

O adicional de R$ 200 citado por Bolsonaro na entrevista não chega a ser uma novidade. Assim que o Auxílio Brasil foi lançado, o Ministério da Cidadania fez a indicação de pagamento deste benefício para quem conseguisse um emprego.

De todo modo, a proposta não chegou a sair do papel, segundo informações do site Metrópoles divulgadas no último mês de agosto. Agora, o presidente recupera a promessa e afirma que colocará a ideia em prática caso vença as eleições deste ano.

Em regra geral, o adicional vai ser pago para as pessoas que conseguirem um emprego e não tenham uma renda per capita maior do que R$ 525, mesmo depois de começar a receber o salário. Neste caso, ele recebe os R$ 600 do Auxílio, os R$ 200 adicionais e mais o saldo mensal do trabalho. O Ministério da Cidadania trabalha com um período de dois anos até que o cidadão saia do programa e permaneça apenas no emprego.

Auxílio Brasil

O Auxílio Brasil do Governo Federal é um programa social que entrou em cena para substituir o antigo Bolsa Família, criticado por Bolsonaro. Na prática, os dois benefícios possuem a mesma lógica de liberações para os cidadãos em situação de vulnerabilidade social.

De toda forma, os valores dos pagamentos são diferentes. O antigo Bolsa Família chegou ao fim em outubro de 2021 pagando uma média de R$ 189 por família. A versão atual do Auxílio Brasil faz repasses de R$ 600 por família.

O número de usuários aptos ao recebimento do benefício também aumentou. O Bolsa Família chegou ao fim atendendo pouco mais de 14 milhões de pessoas. Dados mais recentes do Ministério da Cidadania apontam que o programa atende hoje mais de 20 milhões de brasileiros.

Deixe uma resposta

Seu endereço de email não será publicado.