Famílias pobres que recebem o Bolsa Família têm menos chance de registrar uma morte de uma criança de até 5 anos de idade. Pelo menos é isso o que mostra um estudo do Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde. Trata-se portanto de um levantamento feito pela Fiocruz em parceria com a Universidade Federal da Bahia (UFBA).
De acordo com a pesquisa, famílias que receberam o Bolsa Família entre os anos de 2006 e 2015 registraram 17% menos casos de mortalidade infantil. Isso se compararmos a situação com aquelas famílias pobres que não recebiam o dinheiro do programa durante o mesmo período de tempo.
Além disso, o estudo mostrou também que alguns recortes mostram outros ângulos da situação. Quando se analisa apenas as famílias que tiveram bebês prematuros, aquelas que ganhavam Bolsa Família tinham 22% menos mortes de crianças. Isso significa dizer portanto que o dinheiro ajudava na criação do recém-nascido nos primeiros meses de vida.
Quando se compara apenas as famílias de mães negras, a diferença é ainda maior. Neste caso, foi registrado 26% menos mortes do que se compararmos com a situação das casas de pessoas chefiadas por mulheres pardas ou pretas e que não recebiam o dinheiro do Bolsa Família. Pelo menos é isso o que o estudo mostra.
Mas a maior diferença está mesmo na questão do tamanho das cidades. Quando se compara famílias que vivem em municípios menores existe um grande vácuo entre os que recebiam o Bolsa Família e os que não recebiam. Os que tinham esse dinheiro registraram portanto 28% menos casos de mortalidade infantil.
Bolsa Família
De acordo com representantes da Fiocruz, houve uma certa dificuldade em realizar esse estudo. Isso porque foi preciso encontrar famílias com basicamente as mesmas variáveis. De qualquer forma, o resultado foi publicado nesta terça-feira (28).
Esses analistas acreditam que o estudo mostra a importância desse projeto para milhões de pessoas. Vale lembrar que esse recorte foi feito entre 2006 e 2015. No entanto, se entende que até o hoje o programa tem esse efeito na vida das famílias.
Hoje, de acordo com o Ministério da Cidadania, o Bolsa Família atende algo em torno de 13,9 milhões de pessoas. São brasileiros que estão em situação de pobreza ou mesmo de extrema-pobreza.
Novo programa
A partir de novembro, o programa vai passar por uma grande reformulação. Pelo menos é isso o que o Governo Federal está prometendo agora. A ideia é fazer com que o projeto fique maior em relação ao que se vê agora.
Para isso, o Presidente Jair Bolsonaro apostou no aumento de impostos. Por meio de um decreto, ele aumentou a alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Com isso, o Planalto espera encontrar dinheiro para bancar o aumento de custos do programa.
A ideia do Governo Federal é subir os pagamentos médios do projeto dos atuais R$ 189 para algo em torno de R$ 300. O número de usuários também deve subir dos atuais 14 milhões para cerca de 17 milhões de pessoas.