Na visão do atual governo LULA e do Ministro do Desenvolvimento Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias (PT), boa parte das fraudes que estão sendo encontradas no Bolsa Família foram causadas por erros.
Segundo o ministro, o governo anterior, do ex-presidente Jair Bolsonaro, teria induzido as pessoas a cometerem estas fraudes no sistema do benefício social.
Contudo, Dias também revelou a existência de casos de indivíduos que propositalmente mentiram no processo de entrada no Cadúnico apenas com o objetivo de entrar no Bolsa Família.
Segundo o Ministro, caso comprovada a fraude, os cidadãos precisam passar a responder pelo erro.
“As pessoas foram induzidas. Então veja, é um problema porque quem sonegou, quem cometeu o dolo de afirmar que tinha uma renda menor do que a real, vai ter que responder. O Ministério Público já está cuidando disso como um crime. Então essas (pessoas que cometeram fraude) vão sair do programa”, disse o Ministro.
“Jogo eleitoreiro”
Na mesma entrevista, Dias acusou o governo anterior de praticar aquilo que ele classificou como “jogo eleitoreiro”.
Na visão de Dias, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) teria atuado para usar o Auxílio Brasil como moeda de compra de votos durante as eleições presidenciais do ano passado. Na ocasião, o programa bateu recorde de beneficiários.
“O que se fez – vamos ser sinceros – foi um jogo eleitoreiro, não é nem eleitoral. Quiseram comprar voto com o cartão do Auxílio Brasil. Digo isso sem meias palavras”, disse o Ministro sem citar diretamente o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ou qualquer membro do antigo Ministério da Cidadania.
“O programa que era permanente, passou pra R$ 200, depois R$ 400, daqui a pouco não vai ter mais, daqui a pouco volta de novo.
Depois passa para R$ 600 para todo mundo. E aí sai estimulando pessoas que não tinham direito (a entrarem no benefício)”, seguiu o Ministro na entrevista.
Corte de usuários
O Ministro já adiantou que pouco mais de 1,5 milhão de cidadãos devem ser bloqueados do benefício social nas próximas semanas.
Estes indivíduos não deverão fazer parte do projeto social no próximo mês de março.
Segundo Dias, parte destas exclusões acontecem porque o Governo já teria conseguido comprovar que os cidadãos estavam recebendo o Bolsa Família, e acumulando com altos salários ao mesmo tempo.
Ao mesmo passo em que confirma a exclusão de 1,5 milhão de pessoas, o Ministro também indica que outras 700 mil que não estavam recebendo nada, poderão ser inseridas no projeto social neste mês de março.
Bolsa Família em março
No evento que lançou o novo Bolsa Família, membros do Governo Federal confirmaram uma série de mudanças para o programa social.
Uma delas, por exemplo, é a criação de um adicional de R$ 150 por filhos menores de seis anos.
Além disso, o Governo vai criar um segundo adicional de R$ 50 por filhos que tenham entre sete e 18 anos de idade.
Não é necessário se inscrever para receber nenhum destes bônus. Os repasses acontecem automaticamente.
Por fim, o Governo também confirmou o aumento da fiscalização em torno das condicionantes.
A ideia é fiscalizar com mais força dados como vacinação, frequência escolar e acompanhamento médico dos integrantes das famílias que recebem o benefício social.