O presidente Jair Bolsonaro garantiu que o Programa Bolsa Família sofrerá ajustes em seu valor pago. O anúncio aconteceu em meio a uma entrevista nesta terça-feira (15), concedida à SIC TV, afiliada da TV Record. Sendo assim, segundo o chefe do executivo, o benefício terá seu valor aumentado para R$ 300.
A justificativa dada por Bolsonaro para o ajuste do Bolsa Família é de que a inflação subiu os preços dos produtos da cesta básica. Nesse sentido, o aumento ficou em torno de 14%, mas alguns itens chegaram a subir em 50%.
“O Bolsa Família, a ideia é dar um aumento de 50% para ele em dezembro, para sair de média de R$ 190, um pouco mais de 50% seria (o aumento), para R$ 300. É isso que está praticamente acertado aqui”, afirmou o presidente da república.
Entretanto, o valor citado pelo presidente é maior que está sendo discutido pelo próprio governo. O Jornal Estadão apurou nesta segunda-feira que o valor médio do Bolsa Família deve girar em torno de R$ 250.
Além disso, Bolsonaro também afirmou que o Bolsa Família abrange cerca de 18 milhões de famílias, e disse que se trata de um número “bastante grande”. No entanto, segundo dados do Ministério da Cidadania são 14,7 milhões de famílias beneficiadas pelo programa.
“Pesa para a União, mas nós sabemos da dificuldade da nossa população. Então a equipe econômica já praticamente bateu o martelo nesse novo Bolsa Família a partir de dezembro, de R$ 300 em média”, completou o presidente.
Juntamente com o aumento do valor, o Governo Federal também pretende expandir o Bolsa Família. Desse modo, a ideia é adicionar mais 4 milhões de famílias ao programa.
Atualmente, 14,7 milhões de famílias de baixa renda são beneficiadas. Com a ampliação o número deve chegar a 18,7 milhões, o que representa cerca de metade das famílias que recebem o Auxílio Emergencial.
Segundo fontes do governo, para este ano existe capacidade financeira de ampliar o Bolsa Família, já que o Auxílio Emergencial diminuiu os gastos com o programa. Ademais, para o próximo ano, o governo planeja ampliar o teto de gastos, tornando assim possível aumentar os recursos investidos no programa social.
A reformulação do Bolsa Família e a prorrogação do Auxílio Emergencial são estratégias do governo pensando nas eleições de 2022. Nesse sentido, as ações vêm sendo antecipadas, tendo em vista que em ano de eleição há restrições para gastos que indiquem motivação eleitoral.
Em relação à prorrogação do Auxílio Emergencial, a proposta do governo é de prolongar o benefício por mais 2 meses. O auxílio funcionará da mesma maneira que antes, também com os mesmos valores, variando de R$ 150 a R$ 375.
A proposta inicial era de estender o Auxílio Emergencial por mais 3 meses. No entanto, o governo quer lançar ainda em setembro o novo Bolsa Família. O intuito é ter já no final deste ano um programa que sirva de carro-chefe para as eleições em 2022.