Bolsa Família: Banco Mundial sugere o fim do piso de R$ 600 e beneficiários se assustam

Saiba mais sobre a possibilidade do fim do piso de R$600 do Bolsa Família

Recentemente, uma economista do Banco Mundial para o Brasil escreveu no site do órgão que o atual modelo de pagamento do programa Bolsa Família não é tão eficiente quanto deveria.

De acordo com a economista, essa forma de transferir a renda pode prejudicar a sociedade, promovendo desigualdade entre os beneficiários, o que vai na contramão do propósito do programa.

Para entender melhor essa questão, o que o Banco Mundial defende e o que o Governo respondeu, é só ler até o final.

Banco Mundial critica o piso de R$ 600 do Bolsa Família

A economista Shireen Mahdi, do Banco Mundial, defendeu a revisão do piso do Bolsa Família. Atualmente, o governo paga um mínimo de R$ 600, mesmo que a composição familiar seja menor.

De acordo com Mahdi, isso deveria mudar. Ou seja, o estabelecimento do mínimo deveria se dar por pessoa e não por família. Ainda segundo ela, o modelo atual cria desigualdades, uma vez que uma família unipessoal pode receber o mesmo valor que uma com 4 membros de acordo com as regras em vigor.

Assim, em seu artigo publicado no site do Banco Mundial e no jornal Folha de São Paulo, a economista argumentou que essa forma de repasse beneficia famílias menores em detrimento das maiores. Aliás, ela ainda foi além, afirmando que essas últimas são mais suscetíveis à pobreza.

O impacto dos gastos com benefícios sociais cresceu bastante ao longo dos últimos anos. Afinal, quando Jair Bolsonaro (PL) assumiu a presidência, eles representavam 0,5% do PIB. Depois, com os pagamentos dos auxílios emergenciais de 2020, essa porcentagem saltou para 4%.

Enquanto isso, no fim de 2022, o valor correspondia a 1,2% do Produto Interno Bruto brasileiro. Nesse meio tempo, estipulou-se que haveria um piso de R$ 600 para as famílias atendidas pelo benefício, que na época passou a se chamar Auxílio Brasil.

Depois, quando Lula (PT) voltou à presidência, esse piso foi mantido, o que continuou por pressionar o teto do orçamento, segundo Shireen Mahdi.

Afinal, o que o Banco Mundial tem a ver com isso?

O Banco Mundial é um órgão do qual muita gente já ouviu falar, mas que nem tanta gente sabe ao certo do que se trata. Por isso, vamos explicar para que você entenda o porquê dele estar dando “pitaco” na forma como o governo brasileiro estrutura seus benefícios sociais.

A saber, o Banco Mundial é uma organização internacional que fornece assistência financeira e técnica a países em desenvolvimento. Dessa forma, sua criação se deu em 1944 durante a Conferência de Bretton Woods. Ele tem como principal objetivo reduzir a pobreza extrema e promover o desenvolvimento econômico sustentável.

Atualmente, o Banco Mundial possui 189 países membros e atua por meio de empréstimos a juros baixos ou nulos, concessões e assistência técnica. Seu trabalho abrange diversas áreas, como educação, saúde, infraestrutura, meio ambiente e governança, visando melhorar as condições de vida das populações mais vulneráveis.

No caso do Brasil, o Banco Mundial tem desempenhado um papel importante em diversos projetos. Ele apoia iniciativas voltadas para a redução da pobreza, o fortalecimento da educação e saúde, o desenvolvimento sustentável da Amazônia, a promoção da inclusão social e a melhoria da infraestrutura.

Além do financiamento, o Banco Mundial também oferece expertise técnica, ajudando o país a desenvolver políticas públicas eficientes e a implementar projetos de forma adequada.

Portanto, é devido a essa influência e conhecimento da realidade brasileira que o órgão defende certas abordagens, como no caso da mudança na forma de repassar os recursos do Bolsa Família aos beneficiários.

Resposta do Governo sobre o fim do piso de R$ 600 do Bolsa Família

Na última terça-feira (26), houve o início das celebrações dos 20 anos do programa Bolsa Família. No evento que marcou o começo das comemorações, houve a participação do ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias.

A saber, essa reunião foi promovida pelo próprio ministério, em conjunto com o Banco Mundial, a Fundação Getúlio Vargas (FGV) e o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Dessa forma, as autoridades se reuniram para debater as modificações que o programa sofreu recentemente. Além disso, também houve espaço para a deliberação sobre o futuro.

Na ocasião, o ministro Wellington Dias discursou e afirmou categoricamente que o pagamento do piso deve continuar. Segundo ele, o presidente Lula é “cumpridor de sua palavra […]. É claro, queremos com o tempo valorizar o per capita, mas sem abrir mão do mínimo”.

E você, o que acha sobre o atual modelo de pagamento do Bolsa Família? Deixe nos comentários a sua opinião!

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