Bancos gigantes revelam que inadimplência chegou ao pico e brasileiros ficam assustados - Notícias Concursos

Bancos gigantes revelam que inadimplência chegou ao pico e brasileiros ficam assustados

A temporada de resultados trimestrais dos grandes bancos listados na Bolsa brasileira trouxe como grandes temas a inadimplência e a oferta de crédito. Segundo os relatórios, os atrasos no pagamento de empréstimos continuaram crescendo, mas em ritmo menor. Apesar dessa desaceleração, as instituições se mostraram conservadoras em termos de concessão de crédito, revisando para baixo as estimativas de crescimento de carteira para este ano.

Resultados dos Grandes Bancos Brasileiros

Conforme o esperado, o Itaú e o Banco do Brasil despontaram entre os pares, com rentabilidade robusta, apesar do menor crescimento de suas carteiras e margens financeiras. O Santander Brasil e o Bradesco também apresentaram melhoras em alguns indicadores, mas ainda estão longe da rentabilidade de um ano atrás.

A tabela a seguir resume os resultados do segundo trimestre de 2023 dos quatro maiores bancos brasileiros:

Lucro Recorrente ROE Margem Financeira Carteira Expandida
Santander R$ 2,309 bi 11,24% R$ 13,579 bi R$ 617,215 bi
Bradesco R$ 4,5 bi 11,1% R$ 16,6 bi R$ 868,69 bi
Itaú R$ 8,742 bi 20,9% R$ 25,997 bi R$ 1,15 tri
Banco do Brasil R$ 8,8 bi 20,8% R$ 15,711 bi R$ 1,045 tri

Santander Brasil: Inadimplência Chegou ao Pico?

O Santander Brasil registrou lucro líquido recorrente de R$ 2,309 bilhões no segundo trimestre de 2023, uma queda de 45% em relação ao mesmo período do ano anterior. O ROE de 11,24% também apresentou uma queda significativa em comparação ao mesmo período do ano anterior.

Os executivos do Santander Brasil afirmaram que o pico da geração de inadimplência já passou. O banco reportou um crescimento marginal na carteira de empréstimos não performados com mais de 90 dias, de 3,2% em março para 3,3% ao final de junho. Os executivos do banco afirmaram que não estão observando mudanças significativas no cenário macroeconômico que possam afetar negativamente a inadimplência.

O Santander Brasil pretende manter o foco em empréstimos com garantia, como consignado, financiamento imobiliário e crédito rural. O banco busca maximizar a rentabilidade de suas bases de clientes, com foco em segmentos de alta renda e empresas. No entanto, eles reconhecem que a recuperação da rentabilidade levará alguns trimestres.

Bradesco: Previsão de Menor Oferta de Crédito

O Bradesco registrou lucro recorrente de R$ 4,5 bilhões no segundo trimestre de 2023, uma queda de 35,8% em relação ao mesmo período do ano anterior. O ROE de 11,1% apresentou uma melhora de 0,5 ponto percentual em relação ao trimestre anterior, mas ainda está distante dos 18,1% registrados um ano antes.

A margem financeira do Bradesco totalizou R$ 16,6 bilhões, um crescimento de 1,2% em relação ao mesmo período de 2022. No entanto, em relação ao primeiro trimestre, houve uma queda de 0,6%.

O Bradesco também se mostrou otimista, embora cauteloso, em relação à inadimplência. O CEO do banco, Octavio de Lazari, afirmou que é difícil dizer que a inadimplência atingiu o pico, mas que estão próximos disso ou já o atingiram. O banco pretende manter o foco em segmentos menos suscetíveis a eventos econômicos adversos e reposicionar sua política de crédito para modalidades de menor risco.

Junto com a divulgação dos resultados, o Bradesco revisou para baixo suas projeções para o crescimento da carteira de crédito em 2023. Agora, o banco prevê um crescimento entre 1% e 5% em relação a 2022, em comparação com as projeções anteriores de crescimento entre 6,5% e 9,5%.

Itaú: Custo de Crédito Pode Ter Chegado ao Pico

O Itaú apresentou resultados consistentes no segundo trimestre de 2023, reiterando sua estratégia de focar em clientes de baixo risco enquanto mantém o crescimento de suas margens financeiras. A carteira expandida do Itaú cresceu 6,2% em relação ao mesmo período do ano anterior, atingindo R$ 1,15 trilhão.

O CEO do Itaú, Milton Maluhy Filho, destacou que o banco conseguiu estabilizar os indicadores de atraso nos últimos trimestres, apesar do aumento da inadimplência no mercado como um todo. Ele afirmou que, caso o Itaú mantivesse o mesmo formato de carteira que tinha em 2021, os indicadores de atraso estariam ainda mais altos.

No segundo trimestre de 2023, o Itaú provisionou R$ 9,44 bilhões, um aumento de 25,3% em relação a um ano atrás. O banco espera que as provisões se estabilizem nos próximos trimestres e que o custo de crédito possa ter chegado ao pico.

Banco do Brasil: Maior ROE entre os Grandes Bancos

Ao contrário dos seus pares, o Banco do Brasil revisou suas projeções para 2023, prevendo uma maior oferta de crédito, principalmente no financiamento do agronegócio. O banco agora prevê uma ampliação entre 9% e 13% em sua carteira de crédito, em comparação com as projeções anteriores de crescimento entre 8% e 12%. No primeiro semestre, a carteira de crédito do banco cresceu 15,3%.

O lucro líquido ajustado do Banco do Brasil no segundo trimestre foi de R$ 8,8 bilhões, um aumento de 11,7% em relação ao mesmo período do ano anterior. O ROE fechou o segundo trimestre em 21,3%.

O banco reportou resultados consistentes por mais um trimestre, em praticamente todas as linhas, incluindo a qualidade de crédito. O índice de inadimplência acima de 90 dias se manteve estável em 2,73%. O Banco do Brasil destaca que a ação só não seria um bom investimento se o ROE caísse rapidamente, o que não é esperado pelos analistas.

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