O Banco Central (BC) divulgou hoje o relatório de inflação referente ao terceiro trimestre, trazendo boas perspectivas em relação ao comportamento da economia brasileira. De acordo com o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação nacional é projetada para fechar o ano em 4,6%, o que representa uma diminuição significativa em relação às projeções anteriores.
A notícia mais positiva destaca-se na redução das chances de o índice estourar a meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Inicialmente estimada em 67%, a probabilidade de ultrapassar a meta de 3,25% foi consideravelmente reduzida, chegando a apenas 17%.
“Em termos de probabilidades estimadas de a inflação ultrapassar os limites do intervalo de tolerância, destaca-se, no cenário de referência, a redução significativa da probabilidade de a inflação ficar acima do limite superior da meta para 2023 (4,75%) que passou de cerca de 67% no relatório anterior para 17% neste relatório. Essa alteração reflete a queda na projeção para 2023 (de 5,0% para 4,6%) e a redução da incerteza associada a um horizonte mais curto de projeção”, explica o documento divulgado pelo BC.
A meta de inflação, definida pelo CMN, estabelece um intervalo entre 1,75% e 4,75%, com objetivo central em 3,25%. A projeção otimista do IPCA, conforme apresentada no relatório, sinaliza uma tendência favorável para a estabilidade econômica do país.
O Comitê de Política Monetária (Copom) tomou a decisão de reduzir a taxa básica de juros em 0,50 ponto percentual, estabelecendo-a em 11,75% ao ano (a.a.), conforme revelado no mais recente relatório divulgado pelo Banco Central (BC) nesta quinta-feira. A medida é apontada como compatível com a estratégia de convergência da inflação do Brasil para o redor da meta estabelecida, abrangendo os anos de 2024 e 2025.
Segundo o documento, caso o cenário esperado seja confirmado, os membros do Copom prevêem de maneira unânime uma redução de igual magnitude nas próximas reuniões. O comitê avalia que esse ritmo representa a abordagem adequada para manter uma política monetária contracionista, considerada necessária para o processo de desinflação no país.
O relatório também enfatiza que a extensão total do ciclo de flexibilização ao longo do tempo dependerá de vários fatores. Isso inclui a dinâmica inflacionária, componentes sensíveis à política monetária, atividade econômica, expectativas de inflação e o balanço de riscos.
De acordo com os dados divulgados pelo Banco Central, os movimentos das taxas de juros de prazos mais longos nos Estados Unidos têm sido um ponto de atenção. Além disso, os núcleos de inflação permanecem em patamares elevados em diversas nações.
Na avaliação do BC, os bancos centrais das principais economias continuam empenhados em promover a convergência das taxas de inflação para suas metas. Este compromisso ocorre em um cenário marcado por pressões nos mercados de trabalho, exigindo cautela por parte dos países emergentes.
Além disso, o relatório destaca que, globalmente, a atividade econômica demonstra resiliência diante do aperto da política monetária. Vale lembrar que há eventos de estresse no setor bancário internacional e os contínuos conflitos na Europa e no Oriente Médio. O comércio internacional e a produção industrial, entretanto, mantêm-se em níveis moderados.
O BC reforça a importância da análise constante desse cenário dinâmico, ressaltando a necessidade de monitoramento das variáveis econômicas. A instituição é responsável por permanecer atenta às tendências globais, ajustando suas políticas conforme necessário para manter a estabilidade na inflação do país.