Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, anunciou nesta quarta-feira (30) uma nova função para o PIX. A novidade será um cartão PIX, que permitirá transferir dinheiro online para offline no cartão, apenas o aproximando a um celular. No entanto, Campos Neto apenas disse que a função virá “em breve”, não dando uma previsão de quando estará disponível.
“Vai funcionar como um cartão de ônibus, com uma tecnologia supersegura. […] Vamos em breve oferecer esse produto também”, afirmou Campos Neto sobre a nova função do PIX. O anúncio ocorreu na videoconferência “As moedas digitais do Banco Central”.
Além disso, segundo o presidente do BC, existem 3 tecnologias disponíveis para a nova função, mas que na sua opinião a mais segura é por aproximação. O cliente poderá utilizar o cartão PIX por meios físicos, e depois transferir o dinheiro de volta para o mundo online.
PIX no Brasil
O PIX é um meio de pagamento recente, mas que já está muito presente na vida dos brasileiros. De acordo com Campos Neto, 80% das pessoas que possuem conta em banco utilizam o PIX. Ademais, são 245 milhões de chaves e 4,5 milhões de empresas usando o sistema, atingindo 60% das transações de dinheiro no Brasil.
Moeda digital do BC
No mesmo evento em que anunciou o cartão PIX, Campos Neto explicou sobre a moeda digital proposta pelo BC. “Então a gente vai precisar em algum momento de dinheiro que seja um encryption (criptografia), um código número. Por quê? Porque ele vai estar alinhado à programação da moeda, vai estar ligado a outros programas. Então a gente entende que, apesar de não ser realidade agora, isso vai acontecer”, afirmou o executivo.
Desta forma, a ideia da moeda digital do Banco Central é ter emissão central para atacado e varejo, sem pagamento de juros. Além disso, ela terá custódia com possibilidade de ser descentralizada, com tecnologia contra terrorismo e lavagem de dinheiro.
Golpe do PIX agendado
Surgiu nas últimas semanas um boato de um suposto golpe utilizando a função “agendado” do PIX. Segundo a mensagem compartilhada nas redes, a vítima recebe uma notificação de que tem um PIX agendado para sua conta.
Em seguida, o golpista entra em contato com a vítima dizendo que o agendamento foi um engano, e pede o valor de volta. Deste modo, a vítima retorna o valor ao criminoso, que cancela o PIX agendado e aplica o golpe.
Entretanto, segundo o Banco Central, a informação da internet é falsa. O PIX agendado realmente existe, porém o golpe não é possível na prática. Isso porque o banco em que a suposta vítima possui conta não teria como saber que existe um PIX agendado para aquela conta. Desta maneira, não chegaria nenhuma notificação avisando sobre este agendamento.
“Ou seja, a vítima não teria como receber uma notificação de um valor que caiu em sua conta, como descreve a mensagem que circula nas redes”, esclareceu o Banco Central. Além disso, o BC disse que quem recebe só adquire conhecimento sobre um PIX agendado quando chega à data marcada.