A economia paulista recuou no segundo trimestre, devido principalmente ao arrefecimento da expansão da indústria de transformação e das quedas do comércio, dos serviços financeiros prestados às empresas, de acordo com recente divulgação do Banco Central do Brasil (BCB).
Banco Central aponta queda na economia de São Paulo
Conforme dados oficiais, o Índice de Atividade Econômica Regional de São Paulo (IBCR-SP) retraiu 0,5% no trimestre, comparativamente ao primeiro, quando havia crescido 1,9%, considerados dados dessazonalizados. No acumulado em doze meses até junho, a economia de São Paulo cresceu 1,6%.
Retração comercial
Segundo destaca o Banco Central do Brasil (BCB), o comércio ampliado apresentou queda de 1,6% no segundo trimestre, anulando a alta observada no primeiro. Houve retração em cinco dos dez segmentos pesquisados, com destaque para móveis e eletrodomésticos, material de construção e veículos. Em sentido oposto, os segmentos de supermercados e de combustíveis registraram as elevações mais relevantes.
Segundo informa o Banco Central do Brasil (BCB), embora o alívio da pandemia contribua para o crescimento da atividade em alguns segmentos, o aumento da taxa de juros pode ter impactado alguns segmentos do comércio ampliado, principalmente aqueles mais dependentes de crédito.
Dados do Fecomércio
Os índices de confiança da Fecomércio, porém, tanto para os lojistas quanto para os consumidores, indicam visão positiva para a evolução do setor. O aumento da mobilidade e de atividades fora de casa continua contribuindo para a melhoria do setor de serviços, destaca a divulgação oficial.
O volume de serviços não financeiros cresceu 1,3% no segundo trimestre, desacelerando em relação ao trimestre anterior (2%). Houve aumento em todos os segmentos, sobressaindo o de serviços prestados às famílias e o de informação e comunicação.
PIM-PF – dados oficiais
A indústria paulista, segundo a Pesquisa Industrial Mensal Produção Física (PIM-PF) do IBGE, cresceu 0,3% no segundo trimestre do ano, em comparação com o primeiro, quando havia subido 3,2%.
Houve alta em onze dos dezoito setores pesquisados, com destaque para fabricação de veículos automotores, outros produtos químicos e produtos têxteis, informa o Banco Central do Brasil (BCB).
Adicionalmente, sobressaiu a retração na produção de alimentos, após alta expressiva no trimestre anterior, destaca a divulgação oficial. Em linha com a produção industrial, segundo dados da Fiesp, o total de horas trabalhadas aumentou 0,4% no trimestre encerrado em junho, após estabilidade no final de março.
Variação de preços
A variação trimestral do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) da Região Metropolitana de São Paulo (RMSP) desacelerou, de 3,61% em abril para 0,89% em julho de 2022.
Segundo destaca a divulgação oficial, esse resultado refletiu principalmente a variação dos preços monitorados que, na análise trimestral, passou de 2,54% em abril para -2,91% em julho, favorecida especialmente pela queda dos preços da gasolina e da energia elétrica.
Além disso, contribuiu também a desaceleração dos preços livres, impactados pela alta menos acentuada dos preços de bens industriais e dos de alimentação no domicílio, destaca o Banco Central do Brasil (BCB).