A balança comercial brasileira encerrou maio deste ano com um superávit de US$ 11,378 bilhões. O valor mais que dobrou em relação ao montante registrado no mesmo mês de 2022, quando o saldo positivo somou US$ 4,958 bilhões.
O Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) divulgou os dados da balança comercial nesta semana. A propósito, a série histórica teve início em 1989, ou seja, há mais de 33 anos.
O superávit registrado em maio surpreendeu o mercado. Em resumo, esse é o maior resultado para todos os meses desde o início da série histórica. Em outras palavras, o Brasil nunca havia registrado um superávit tão expressivo quanto o de maio deste ano.
“Recorde histórico para todos os meses, não importa se são meses de maio ou não, nunca tivemos saldo de US$ 11,4 bilhões em um mês”, afirmou o diretor de Planejamento e Inteligência Comercial da pasta, Herlon Brandão.
De acordo com a pasta, o superávit observado no mês passado resulta da subtração das exportações pelas importações. Os volumes registrados em maio foram os seguintes:
- Exportações somaram US$ 33,067 bilhões;
- Importações somaram US$ 21,689 bilhões.
No mês passado, as exportações cresceram 11,6% em comparação ao mesmo mês de 2022. Por outro lado, as importações tiveram um forte recuo nessa base comparativa (-12,1%), ajudando a balança comercial a encerrar maio com o maior superávit já observado na série histórica.
Em resumo, o país registra superávit comercial quando as exportações superam as importações. Em contrapartida, quando as importações são superiores, tem-se déficit comercial.
No acumulado de 2023, a balança comercial está com um superávit de US$ 35,28 bilhões. Entre janeiro e maio, as exportações somaram US$ 136,39 bilhões, alta de 3,9%, enquanto as importações totalizaram US$ 101,11 bilhões, queda de 4,6%.
Exportações disparam e importações despencam
Segundo o MDIC, o volume de exportações também bateu recorde em maio. A saber, todos os três segmentos registraram aumento das as vendas para o exterior no mês passado, na comparação com o mesmo mês de 2022.
Confira abaixo os dados das exportações brasileiras em maio:
- Indústria de transformação: US$ 16,6 bilhões (+8,5%);
- Agropecuária: US$ 9,2 bilhões (+15,7%);
- Indústria extrativa: US$ 7,0 bilhões (+12,8%).
O MDIC também revelou que a maior parte dos principais parceiros comerciais do Brasil seguiu trajetórias semelhantes no volume de exportações em maio:
- China, Hong Kong e Macau: US$ 10,78 bilhões (+26,4%);
- União Europeia: US$ 3,99 bilhões (-22,1%);
- Estados Unidos: US$ 3,27 bilhões (+5,8%);
- Argentina: US$ 1,93 bilhão (+32,0%).
O volume das importações brasileiras encolheu em maio, na comparação anual. Em suma, isso aconteceu devido à queda registrada pelos três principais segmentos do país.
Confira os números das importações destes setores no mês passado:
- Indústria de transformação: US$ 19,7 bilhões (-11,0%);
- Indústria extrativa: US$ 1,5 bilhão (-19,1%);
- Agropecuária: US$ 330 milhões (-36,4%).
Além disso, o Brasil reduziu as compras entre os principais parceiros comerciais em maio:
- China, Hong Kong e Macau: US$ 4,62 bilhões (-1,0%);
- União Europeia: US$ 4,07 bilhões (+4,3%);
- Estados Unidos: US$ 3,69 bilhões (-24,1%);
- Argentina: US$ 1,16 bilhão (-4,8%).
Entenda a alta das exportações em maio
De acordo com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) os itens exportados pelo Brasil que geraram os maiores volumes financeiros em maio foram:
- Soja: US$ 8,14 bilhões;
- Óleos brutos de petróleo: US$ 3,76 bilhões;
- Minério de ferro: US$ 2,92 bilhões;
- Farelos de soja e outros alimentos para animais: US$ 1,49 bilhão;
- Óleos combustíveis de petróleo: US$ 1,40 bilhão;
- Açúcares e melaços: US$ 1,16 bilhão.
Em maio, a alta das exportações na agropecuária ocorreu, principalmente, pelo crescimento nas vendas dos seguintes produtos:
- Animais vivos, não incluído pescados ou crustáceos (+245,4%);
- Arroz com casca, paddy ou em bruto (+287.085,5%);
- Soja (+23,0%).
No caso da indústria extrativa, os destaques positivos foram:
- Minério de ferro e seus concentrados (+6,7%);
- Minérios de metais preciosos e seus concentrados (+24.856,8%);
- Óleos brutos de petróleo ou de minerais betuminosos, crus (+21,4%).
Já em relação à indústria de transformação, os maiores recuos nas vendas para o exterior vieram de:
- Açúcares e melaços (+91,8%);
- Farelos de soja e outros alimentos para animais (+30,7%);
- Óleos combustíveis de petróleo ou de minerais betuminosos (+65,1%).
Principais parceiros do Brasil
Por fim, a China continuou como o principal parceiro comercial do Brasil em maio. Em suma, as exportações para o país asiático superaram as importações em US$ 6,16 bilhões no mês passado.
Da mesma forma, o Mercosul registrou superávit comercial no mês passado (US$ 946,75 milhões), bem como Oriente Médio (US$ 920,3 milhões), Argentina (US$ 770 milhões), México (US$ 412,33 milhões), África (US$ 275,59 milhões), Canadá (US$ 144,26 milhões), Coreia do Sul (US$ 57,45 milhões)
Em contrapartida, as importações dos Estados Unidos superaram as exportações em maio na ordem de US$ -422,51 milhões. Também houve déficit comercial em relação às transações realizadas com Rússia (-US$ 590,57 milhões), Oceania (-US$ 237,44 milhões), União Europeia (-US$ 80,5 milhões) e Japão (-US$ 3,97 milhões).