A balança comercial brasileira encerrou setembro deste ano com um superávit de US$ 8,9 bilhões. O valor cresceu 153,1% em relação ao montante registrado no mesmo mês de 2022, quando o saldo ficou positivo em US$ 3,5 bilhões.
O Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) divulgou os dados da balança comercial nesta segunda-feira (2). A propósito, a série histórica teve início em 1989, ou seja, há mais de 33 anos.
O superávit registrado em setembro surpreendeu o mercado. Em resumo, esse é o maior resultado para meses de setembro desde o início da série histórica. Em outras palavras, o Brasil nunca havia registrado um superávit tão expressivo no nono mês de um ano quanto em 2023.
Cabe salientar que, neste ano, a balança comercial bateu recorde com o maior superávit já registrado em todos os meses. Isso aconteceu em maio, quando o superávit da balança comercial brasileira somou US$ 11,4 bilhões.
Exportações x Importações
De acordo com o MDIC, o superávit observado no mês passado resulta da subtração das exportações pelas importações. Os volumes registrados em julho foram os seguintes:
- Exportações somaram US$ 28,43 bilhões;
- Importações somaram US$ 19,53 bilhões.
No mês passado, a média diária de exportações caiu 4,4% em relação ao mesmo mês de 2022. Por outro lado, as importações caíram 17,6% em comparação a setembro do ano passado. Esse resultado ajudou a balança comercial a encerrar setembro com o maior superávit para o mês.
Em síntese, o país registra superávit comercial quando as exportações superam as importações. Em contrapartida, quando as importações são superiores, tem-se déficit comercial.
Balança tem superávit recorde em 2023
No acumulado de 2023, a balança comercial está com um superávit de US$ 71,3 bilhões. Entre janeiro e setembro, as exportações somaram US$ 253 bilhões, alta de 0,4%, pela média diária, em relação ao mesmo período de 2022. Já as importações totalizaram US$ 181,7 bilhões, queda de 11,3% em um ano.
O maior superávit da balança comercial brasileira entre janeiro e setembro havia sido registrado em 2020, somando US$ 56,43 bilhões. Contudo, o saldo em 2023 superou em 26,3% o recorde anterior para os nove primeiros meses de um ano.
Na comparação com 2022, o superávit acumulado entre janeiro e setembro está 50% maior. No ano passado, a balança registou um saldo positivo de US$ 47,41 bilhões no mesmo período.
Governo eleva projeção de superávit em 2023
Os fortes resultados registrados pela balança comercial em 2023 fizeram o Governo Federal elevar as projeções em relação ao superávit deste ano. Em suma, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços revisou suas estimativas para 2023, que passaram de US$ 84,7 bilhões para US$ 93 bilhões.
Caso as projeções se confirmem, o Brasil fechará o ano com um novo recorde. A saber, o maior superávit da balança comercial foi registrado em 2022, com o saldo totalizando US$ 61,52 bilhões. Em outras palavras, o valor em 2023 já deveria ser o maior da série histórica, e as novas estimativas do governo fortalecem o ótimo desempenho da balança comercial do país.
Veja os principais produtos exportados em 2023
De acordo com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), alguns itens foram muito importantes para o resultado da balança comercial entre janeiro e setembro deste ano. Confira abaixo os destaques de 2023:
Produtos exportados que geraram os maiores volumes financeiros em julho de 2023 | |
Soja | US$ 45,61 bilhões |
Óleos brutos de petróleo | US$ 29,68 bilhões |
Minério de ferro e seus concentrados | US$ 21,64 bilhões |
Açúcares e melaços | US$ 10,19 bilhão |
Farelos de soja e outros alimentos para animais | US$ 9,29 bilhão |
Milho não moído, exceto milho doce | US$ 8,66 bilhão |
Óleos combustíveis de petróleo | US$ 8,37 bilhão |
Principais parceiros do Brasil
Entre janeiro e setembro, a China seguiu como o principal parceiro comercial do Brasil. Em suma, as exportações para China, Hong Kong e Macau superaram as importações em US$ 38,07 bilhões nos nove primeiros meses deste ano. Esse resultado representou 53% do saldo da balança comercial no período.
Em relação ao mesmo período de 2022, as vendas para os países cresceram 11,2%, totalizando US$ 78,20 bilhões. Por sua vez, as importações totalizaram US$ 40,13 bilhões. A diferença entre os resultados explica o superávit da balança comercial brasileira em relação aos países asiáticos.
Veja outros países e blocos comerciais que também ajudaram a impulsionar o superávit em 2023:
- Mercosul: US$ 5,83 bilhões;
- Argentina: US$ 4,59 bilhões;
- México: US$ 2,53 bilhões;
- Canadá: US$ 1,49 bilhão;
- Japão: US$ 1,13 bilhão.
Por outro lado, os déficits mais importantes foram registrados por Rússia (-US$ 5,71 bilhões), Estados Unidos (-US$ 2,26 bilhões), União Europeia (-US$ 728,7 milhões). Destes locais, o Brasil importou mais mercadorias do que enviou em 2023.