AVISO GERAL HOJE para os brasileiros com POUPANÇA

A caderneta de poupança teve uma retirada líquida de R$ 11,75 bilhões em maio deste ano. Isso quer dizer que a quantidade de saques superou de maneira significativa as captações da caderneta no quinto mês de 2023.

De acordo com o Banco Central (BC), responsável pela divulgação dos dados, essa foi a maior retirada líquida para meses de maio desde o início da série histórica, em 1995. Aliás, o resultado é completamente diferente do observado em maio de 2022, quando os brasileiros depositaram na poupança R$ 3,51 bilhões a mais do que sacaram.

Em 2023, não foi apenas em maio que o volume de saques superou o de depósitos. Isso aconteceu em todos os cinco primeiros meses do ano. Confira abaixo o volume de retirada da poupança em cada mês de 2023:

  • Janeiro: R$ 33,63 bilhões;
  • Fevereiro: R$ 11,52 bilhões;
  • Março: R$ 6,08 bilhões;
  • Abril: R$ 6,25 bilhões;
  • Maio: R$ 11,75 bilhões.

Todos os valores apresentados pelo BC são nominais. Em outras palavras, não há atualização pela inflação, mas apenas a divulgação dos números referentes aos depósitos e saques realizados em cada mês.

Com o acréscimo do resultado de maio, as retiradas na caderneta de poupança superaram os depósitos em R$ 69,23 bilhões em 2023. Em resumo, esse valor também é recorde da série histórica para os cinco primeiros meses de um ano.

Inclusive, no acumulado deste ano, os dados registrados até o momento são os seguintes:

  • Saques totalizaram R$ 1,6 trilhão;
  • Depósitos somaram R$ 1,53 trilhão.

Caso o ritmo continue acelerado, a retirada líquida em 2023 também deverá bater recorde anual. Segundo o BC, a caderneta de poupança encerrou 2022 com uma retirada líquida recorde de R$ 103,237 bilhões. E os dados de 2023 podem ser ainda maiores.

Entenda a saída líquida da poupança no início do ano

O recorde acumulado nos cinco primeiros meses de um ano não é uma surpresa. A retirada líquida da caderneta de poupança vem batendo recorde a cada mês que passa, com o volume de saques superando significativamente o de depósitos no período.

O BC explicou que os saques líquidos da poupança nos primeiros meses do ano ocorrem devido ao aumento de despesas tradicionais, como Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) e Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores (IPVA).

Além disso, as famílias brasileiras também costumam gastar com matrícula e material escolar nos primeiros meses do ano. Isso sem contar que, em maio, os consumidores ainda podem estar pagando compras parceladas do final do ano passado ou de viagens de férias.

Portanto, tudo isso ajuda a impulsionar os saques da caderneta, visto que as pessoas buscam recursos para honrar os compromissos que possuem. Com isso, há uma redução expressiva dos depósitos na caderneta, enquanto os saques aumentam, e isso explica a saída líquida recorde nos primeiros meses de 2023.

O BC revelou que o volume total aplicado na poupança teve uma forte queda em maio, passando de R$ 967,5 bilhões para R$ 961,5 bilhões. Em síntese, a baixa rentabilidade da caderneta também ajuda a explicar a retirada líquida observada nos primeiros meses deste ano, apesar da melhora dos resultados.

Cabe salientar que as retiradas líquidas em janeiro e fevereiro foram bem maiores que as de março e abril. Entretanto, o valor voltou a subir em maio, ou seja, a expectativa de perda de ritmo não se confirmou.

Cenário atual do Brasil

Os resultados de maio refletem o cenário atual do Brasil. Segundo o BC, o endividamento das famílias com bancos chegou a 44,2% em março, no acumulado dos últimos 12 meses. A título de comparação, a taxa ficou 7,6 pontos percentuais superior ao nível registrado no mesmo mês do ano passado.

Além disso, a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), realizada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), revelou que 78,3% da população estava endividada no país em maio.

Por sua vez, a taxa de inadimplência atingiu 29,1% das famílias do país no mês passado. Em suma, há alguns fatores que propiciam o aumento da inadimplência entre os consumidores, como manter mais de um cartão de crédito e não se atentar à própria saúde financeira e às datas de pagamento das contas.

Diante desse cenário, muitas pessoas acabam sacando o dinheiro que têm guardado na poupança para pagar contas e se livrar das dívidas, ou pelo menos reduzi-las.

Ao mesmo tempo, a elevada taxa de juros no país também ajuda a aumentar os saques da poupança. Embora a caderneta esteja rendendo mais devido à taxa Selic elevada, outros investimentos oferecem retornos bem mais interessantes. E isso vem atraindo muitas pessoas, que retiram o dinheiro da poupança e o aplicam em outros fundos.

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