Nesta semana, o Congresso Nacional começa os debates em torno das alterações nos pagamentos dos principais programas sociais do Governo. O Auxílio Brasil, por exemplo, poderá ser aumentado dos atuais R$ 400 para um patamar mínimo de R$ 600. Já o vale-gás nacional pode crescer de R$ 53 para R$ 120 no próximo semestre.
As mudanças exigem que o Governo Federal revele uma nova fonte de custeio para realizar os pagamentos maiores. Em entrevista, o próprio relator do projeto, senador Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE) sinalizou que o Planalto terá um gasto de mais de R$ 30 bilhões com todo este pacote. O novo montante não deverá ser destinado para acabar com as filas de espera.
Desse modo, o dinheiro que aparecer terá a função prioritária de aumentar os valores apenas para as pessoas que já fazem parte dos programas sociais atuais. Além disso, há também a pretensão de criar um novo benefício social do zero. É o caso do voucher de R$ 1 mil para os caminhoneiros, que também pode começar a ser pago no segundo semestre do ano.
A decisão de usar a quantia para aumentar o dinheiro apenas para quem já recebe os benefícios ainda não foi oficializada. No entanto, é provável que ela gere críticas por parte dos usuários que ainda não conseguiram receber nada de nenhum programa social. São pessoas que estão justamente na chamada fila de espera.
O fenômeno ocorre quando o número de cidadãos aptos ao recebimento de um determinado benefício, não pode receber o dinheiro porque não há mais vagas disponíveis. A lista se forma normalmente quando o Governo Federal não tem mais saldo disponível para fazer os novos pagamentos para os cidadãos de fora.
O fato é que a fila de espera é um fenômeno visto atualmente tanto no Auxílio Brasil, como também no vale-gás nacional. Em ambos casos, as pessoas cumprem todas as exigências de entrada no programa, mas ainda assim não conseguem receber nada.
No caso específico do Auxílio Brasil, os dados mais recentes foram divulgados pela Confederação Nacional dos Municípios (CNM). Segundo as informações oficiais, pouco mais de 2,8 milhões de brasileiros aguardam para entrar no benefício.
Já no vale-gás nacional a situação é ainda mais grave. Com base nos dados do Ministério da Cidadania e do Congresso Nacional, estima-se que mais de 18 milhões de brasileiros estejam na fila de espera. Para se ter uma ideia da situação, menos de 6 milhões recebem o benefício neste momento.
Embora não pretenda acabar com as filas de espera do Auxílio Brasil e do vale-gás nacional, o Governo Federal quer elevar os valores dos benefícios para as pessoas que já estão nos dois programas sociais.
Além disso, também é importante lembrar que o fato de a fila de espera não ser zerada não significa que novas pessoas não possam entrar nos benefícios nos próximos meses. O Governo pode realizar novas entradas a cada novo pagamento.
Auxílio Brasil e vale-gás nacional são programas que não exigem inscrição direta. Dessa forma, o cidadão que tem direito aos benefícios, mas não receberam nada ainda, precisam apenas esperar até que o Ministério da Cidadania selecione os seus nomes.