O Governo Federal enviou ainda no início da última semana o texto da Medida Provisória (MP) do novo Bolsa Família. Desde então vários deputados de vários partidos diferentes estão apresentando emendas. A ideia é justamente tentar modificar alguns pontos que estão dispostos nos ofícios em questão.
Como vários deputados diferentes estão apresentando essas emendas, cresce portanto a curiosidade para saber quais agremiações estão pedindo mais mudanças. De acordo com as informações oficiais, são mais de 400 pedidos. Isso considerando apenas a primeira semana depois desde o envio da MP ao Congresso Nacional.
Segundo os dados da própria Câmara dos Deputados, o PT é o partido com o maior número de pedidos de emendas. Eles são seguidos de perto pelo PDT. Curiosamente, essas duas agremiações políticas representam dois dos maiores adversários políticos do Presidente Jair Bolsonaro. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ex-Ministro Ciro Gomes.
Em tese, a grande maioria dos pedidos de emendas são de partidos de esquerda, ou pelo menos de oposição ao Presidente. No entanto, existem também casos de políticos mais identificados com a direita que também estão pedindo modificações do texto. É o caso, por exemplo, do Deputado Kim Kataguiri (DEM-SP).
De acordo com as informações oficiais, a grande maioria dessas emendas dizem respeito ao valor médio de pagamentos do programa. É que o Governo não definiu posição sobre esse tema. Então tudo acabou ficando em aberto neste sentido. Por isso, os partidos estão tentando inserir esse dispositivo.
Auxílio em R$ 1200?
Uma dessas emendas que passaram por uma apresentação propõe um aumento no valor médio do benefício para a casa dos R$1200. Isso aconteceria no caso das beneficiárias que são mães chefes de família.
A autora da proposta é a Deputada Federal Rejane Dias (PT-PI). De acordo com ela, a ideia é ajudar as pessoas que estão passando por dificuldades no Brasil neste momento. Caso passe, o Bolsa Família novo passaria a pagar mais do que um salário mínimo.
No entanto, de acordo com análises de pessoas de dentro do Congresso Nacional, é muito pouco provável que essa proposta acabe entrando na MP. Aliás, o plano no Governo é impedir que qualquer nova ideia entre no texto original.
Plano do Governo
De acordo com informações de bastidores, o Palácio do Planalto está torcendo mesmo é para que a MP passe sem maiores modificações no Congresso Nacional. Assim, o plano do Planalto ficaria um pouco menos complexo de ser executado.
E qual seria esse plano? De acordo com informações da imprensa, o Governo quer começar os pagamentos do novo benefício a partir do próximo mês de novembro. Seria portanto logo depois do fim dos repasses do Auxílio Emergencial.
Apesar de não divulgar mais detalhes, eles estão apostando que o valor médio vai ser de R$ 300. Além disso, eles estão acreditando que subirão o número de beneficiários do programa de 14,7 milhões para 17 milhões.