A partir do próximo dia 9 de agosto, o Governo Federal inicia os pagamentos turbinados do seu Auxílio Brasil. Segundo as informações oficiais, o valor mínimo dos repasses subirá dos atuais R$ 400 para R$ 600. Contudo, analistas econômicos acreditam que nem mesmo a elevação será capaz de diminuir o impacto da inflação.
De um modo geral, a inflação é uma espécie de aumento nos preços de bens e serviços de um determinado país. Quanto maior é esta taxa, menor é o poder de compra da população. O Brasil vive agora um período de inflação crescente. Assim, as pessoas estão perdendo cada vez mais o poder de compra com o passar dos meses.
Quando o Governo Federal passou a aumentar o valor do Auxílio Brasil de R$ 200 para R$ 400 ainda no final de 2021, o programa comprava 57,9% da cesta básica na cidade de São Paulo. Em abril de 2022, quando o Auxílio Brasil ainda era de R$ 400, o mesmo cidadão paulistano só conseguia comprar 50,1% da cesta com os mesmos itens.
Para este mês de agosto, o valor do Auxílio Brasil deve ser elevado mais uma vez. Todavia, o aumento não será capaz de compensar as perdas dos últimos anos. Os R$ 600 pagos pelo Auxílio Emergencial em 2020 valiam mais do que os R$ 600 que o Governo Federal pretende começar a pagar neste mês de agosto.
Consequências políticas
Nesse sentido, informações de bastidores indicam que o plano do poder executivo agora é lançar campanhas citando apenas os números frios do programa. A ideia é grudar na cabeça da população que os projetos serão elevados. Além do Auxílio Brasil, o vale-gás nacional subirá de R$ 53 para R$ 120 no próximo mês.
A oposição se prepara para criar uma outra narrativa. A ideia dos partidos opositores é mostrar dados que comprovam que, mesmo com o aumento no valor do Auxílio Brasil, as pessoas seguirão com dificuldades para comprar o que se comprava antes. Afinal de contas, o preço de uma feira em um mercado, por exemplo, também aumentará.
Bolsonaro
O presidente Jair Bolsonaro (PL) participou da convenção do seu partido no último domingo (24), no ginásio do Maracanãzinho, no Rio de Janeiro. O chefe do executivo falou sobre a questão da inflação, e prometeu melhorias nesse sentido.
De acordo com Bolsonaro, o Brasil registrará uma deflação neste mês de julho. Ele evitou citar números, mas prometeu que a situação da economia vai melhorar até o final deste ano, o que poderia fazer com que o poder de compra dos brasileiros subisse mais uma vez.
Bolsonaro também sinalizou que poderá manter o valor do Auxílio Brasil na casa dos R$ 600 no próximo ano. Hoje, a PEC dos Benefícios prevê os repasses apenas até o final deste ano de 2022.
Auxílio Brasil ao longo do tempo
O primeiro pagamento do programa Auxílio Brasil foi feito ainda em novembro do ano passado. Na ocasião, o Governo fez os repasses apenas para as pessoas que faziam parte do antigo Bolsa Família, que chegou ao fim em outubro de 2021.
Veja a evolução dos valores:
- Outubro/2021: Bolsa Família no valor médio de R$ 189;
- Novembro/2021: Auxílio Brasil no valor médio de R$ 220;
- Dezembro/2021: Auxílio Brasil com valor mínimo de R$ 400 (57,9% da cesta básica em São Paulo);
- Janeiro/2022: Auxílio Brasil com valor mínimo de R$ 400;
- Fevereiro/ 2022: Auxílio Brasil com valor mínimo de R$ 400;
- Março/2022: Auxílio Brasil com valor mínimo de R$ 400;
- Abril/2022: Auxílio Brasil com valor mínimo de R$ 400 (50,1% da cesta básica em São Paulo);
- Junho/2022: Auxílio Brasil com valor mínimo de R$ 400 (51,4% da cesta básica em São Paulo);
- Julho/2022: Auxílio Brasil com valor mínimo de R$ 400;
- Agosto/2022: Auxílio Brasil com valor mínimo de R$ 600 (ainda não comprará 100% da cesta em São Paulo).