Entre novembro do ano passado e agosto deste ano, o programa Auxílio Brasil inseriu mais de 5,2 milhões de brasileiros em sua lista de pagamentos. Hoje, estima-se que mais de 20 milhões de cidadãos estejam dentro da folha de liberações. Estamos falando de uma taxa de expansão de 2,7% do ponto inicial até agora.
Em alguns estados específicos, esta expansão foi maior e mais robusta do que em outros. Com base nos números oficiais do Ministério da Cidadania, as unidades da federação que relativamente registraram os maiores aumentos neste intervalo de tempo são os 9 do Nordeste, o Pará, o Amapá, o Acre, o Amazonas e o Rio de Janeiro.
No Piauí, em Pernambuco e em Sergipe, a taxa de expansão dos usuários bateu a marca dos 4,6% da população. No Amapá, chegou a 4,5%. A lista dos maiores aumentos relativos tem ainda a Bahia (+4,2%), além de Maranhão e Alagoas (+3,2%). Vale lembrar que a elevação na taxa de expansão não tem necessariamente relação com o aumento no número total de usuários.
Do outro lado da história, estão Roraima (+1,9%) e Rondônia (+1,9%). Em ambos os estados do Norte, não há o registro de um crescimento significativo no número de usuários que recebem o benefício, considerando a população e os altos índices de pobreza que se registram nestas regiões do país.
Toda esta situação está fazendo com que o Governo Federal tenha que responder críticas sobre a divisão dos saldos. Alguns críticos afirmam que as maiores taxas de expansão estão sendo dadas aos estados onde o presidente Jair Bolsonaro perdeu as eleições presidenciais de 2018. Eles afirmam que a ideia seria se recuperar nestas unidades da federação.
Eleição
No pleito de 2018, por exemplo, Bolsonaro perdeu a eleição com uma margem considerável em todos os estados do Nordeste e também no Pará. Agora todas estas unidades da federação registram taxas de elevação do Auxílio Brasil acima da média nacional.
Em contrapartida, Roraima e Rondônia estão recebendo uma taxa de avanço menor do que a média do país. Nos dois estados, Bolsonaro venceu a disputa presidencial com uma certa margem nos dois turnos da disputa presidencial.
O Ministério da Cidadania se defende das críticas afirmando que é impossível dar preferência para algum estado ou região específica. A pasta afirma que todo o processo de seleção dos usuários acontece de maneira automática e impessoal.
A evolução do Auxílio Brasil
Desde que iniciou os pagamentos do Auxílio Brasil ainda em novembro do ano passado, o Governo vem aplicando aumentos no programa social. Como dito, o número de usuários do projeto subiu de 14 milhões para mais de 20 milhões de pessoas.
O valor também passou de R$ 400 mínimos para R$ 600. As elevações aconteceram por causa da aprovação de projetos como a PEC dos Precatórios no final do ano passado e a PEC dos Benefícios em julho de 2022.
Boa parte das alterações promovidas pelo documento do mês passado só serão válidas até o final deste ano de 2022. Para 2023, a indicação é de que o programa volte ao seu formato original, com pagamentos mínimos de R$ 400 por família.