Auxílio: maioria classifica benefício como insuficiente, diz pesquisa

Auxílio Brasil: maioria classifica benefício como insuficiente, diz pesquisa

Mesmo após a decisão de aumentar Auxílio Brasil para a casa dos R$ 600, maioria dos eleitores vê benefício como insuficiente

Nem mesmo o aumento no valor do programa Auxílio Brasil do Governo Federal fez acabar as críticas de que o benefício seria insuficiente. Pesquisa do instituto Datafolha divulgada nesta segunda-feira (1), revela que 56% dos eleitores brasileiros acreditam que as parcelas de R$ 600 não são suficientes para conseguir viver no país hoje em dia.

O levantamento do Datafolha afirma ainda que outros 36% consideram que o valor é sim suficiente para que uma família consiga comprar os seus itens básicos. Outros 7% dos eleitores afirmaram ao instituto que o saldo de R$ 600 é mais do que suficiente, ou seja, eles acreditam que o patamar ajuda não apenas a comprar o básico, como também a comprar itens não emergenciais.

Quando se considera apenas os eleitores que recebem o Auxílio Brasil, os números não são muito diferentes. De acordo com o levantamento do Datafolha, 54% dos beneficiários acreditam que o valor de R$ 600 não será suficiente para fazer as compras e pagar as dívidas todos os meses. Outros 38% afirmaram que é suficiente, e 8% responderam que é mais do que suficiente.

Mudanças na pesquisa

Embora a maioria dos eleitores brasileiros ainda acredite que o valor do benefício deveria ser maior, o fato é que a pesquisa Datafolha mostrou uma mudança em relação ao que se registrou em maio. Na ocasião, quando o Auxílio Brasil pagava um patamar mínimo de R$ 400, cerca de 69% dos brasileiros achavam que o saldo não era suficiente, ou seja, uma queda de 13%.

Ainda em relação ao levantamento de julho, o Datafolha apontou que a maioria dos eleitores brasileiros enxergam o aumento do valor do Auxílio Brasil como uma jogada eleitoral de Bolsonaro. Para 61%, o presidente só aumentou o patamar por questões políticas, 31% acreditam que a motivação é ajudar as pessoas e outros 6% enxergam que o aumento foi resultado dos dois motivos.

PEC aprovada

A pesquisa do Datafolha ouviu 2.556 indivíduos entre os dias 27 e 28 de julho. A margem de erro é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos. O levantamento aconteceu depois da aprovação da chamada PEC dos Benefícios.

Este é o documento que trata justamente dos aumentos nos valores do programa Auxílio Brasil. O texto fala em pagar uma elevação de R$ 200 para todas as famílias. Além disso, também prevê um aumento no número de usuários.

Oficialmente, o Governo Federal nega que tenha motivações eleitorais ao pagar o aumento do Auxílio Brasil. Entretanto, informações de bastidores indicam que há uma tentativa de conquistar o eleitorado mais pobre.

Auxílio Brasil

Na última semana, economistas da Fundação Getúlio Vargas (FGV) divulgaram um resultado de um novo estudo sobre o Auxílio Brasil. Os analistas compararam as situações do atual programa e cruzaram as informações com as taxas de inflação.

Com a realização da pesquisa, a FGV chegou à conclusão de que o valor de R$ 600 do Auxílio Brasil é de fato insuficiente para se manter no Brasil hoje. A Fundação calcula que o saldo ideal para os pagamentos de agosto deveria ser de R$ 732.

Em resumo, os economistas concluíram que uma família que recebe R$ 600 por mês agora, tem menos poder de compra do que uma família que recebia os mesmos R$ 600 do Auxílio Emergencial ainda em 2020.

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