Auxílio Brasil: aumento de impostos para bancar aumento volta ao radar
Governo disse que vai deixar Auxílio Brasil se tornar permanente, mas há quem diga que isso só funcionaria com aumento de impostos
O Governo Federal bateu o martelo e decidiu transformar o Auxílio Brasil em um programa permanente. Até aqui, o que se sabia é que o benefício seguiria fazendo os seus pagamentos turbinados até o final do próximo ano de 2022. A ideia era cortar isso bem depois das eleições presidenciais.
Só que mesmo com a decisão de tornar o programa permanente, o Governo ainda não disse como vai conseguir pagar por isso. Em entrevista, o líder do Palácio do Planalto no Senado, o Senador Fernando Bezerra Coelho (DEM-PE), disse nesta quarta-feira (24) que a fonte de financiamento não deve ser discutida agora.
Nos bastidores do Palácio do Planalto, começou a surgir a informação de que eles poderiam recorrer ao aumento de impostos. Só que essa ideia é mais polêmica ainda. Também nesta quarta-feira (24), o Presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) disse que não concorda com essa ideia.
“O que não podemos é, a pretexto de sustentar qualquer tipo de projeto, querer aumentar imposto porque isso não tem menor cabimento a essa altura”, disse ele. Ao mesmo tempo, Pacheco disse que, embora concorde em transformar o auxílio em um programa permanente, ele não tem nenhuma solução para apresentar neste sentido.
De acordo com ele, quem tem obrigação de apresentar o projeto que cria o Auxílio permanente é o Governo Federal. Ele disse que ao Congresso Nacional cabe apenas o dever de analisar essa decisão que vem do poder executivo. Enquanto isso, o impasse em torno do tempo continua vivo no Congresso.
Pacheco x Bolsonaro
Vale lembrar que nas últimas semanas, o Presidente do Senado vem apostando em uma postura de confronto com o Governo Federal. Eleito para o cargo com o apoio de Bolsonaro, Pacheco anunciou que pode se candidatar à Presidência do Brasil.
Essa pode ser uma notícia ruim para o Governo Federal. Principalmente porque se sabe que o Planalto ainda depende da aprovação de uma série de textos por lá. Eles temem que Pacheco possa atrapalhar esses planos.
PEC dos Precatórios
Como se sabe, a PEC dos Precatórios já passou pela aprovação da Câmara dos Deputados em dois turnos. Agora, no entanto, o texto chegou às mãos dos senadores e deve passar pelo mesmo rito por lá.
Para quem não sabe, o Governo tem que pagar quase R$ 90 bilhões em precatórios no próximo ano. O objetivo dessa PEC é permitir o parcelamento dessa despesa para que se abra espaço para os pagamentos do Auxílio Brasil de forma turbinada.
Auxílio Brasil
Os pagamentos do novo Bolsa Família começaram ainda na última semana. Até aqui, pelo menos seis grupos de usuários já pegaram os primeiros repasses. Até a próxima sexta-feira (26), mais dois grupos deverão ganhar essa liberação também.
Neste primeiro momento, apenas as pessoas que faziam parte do Bolsa Família é que estão podendo receber o benefício agora. Nós estamos falando portanto de algo em torno de 14,5 milhões de brasileiros. É o que mostram os dados do próprio Ministério da Cidadania.