Mulheres são a grande maioria dos usuários que fazem parte da folha de pagamentos do Auxílio Brasil. É o que aponta uma pesquisa do Ministério da Cidadania, que foi oficialmente encomendada pelo Governo Federal. O Planalto não recebeu os dados com surpresa, afinal já esperava que existisse uma diferença de gênero entre os beneficiários.
Conforme os dados do Ministério, o Auxílio Brasil conta em julho com pouco mais de 18 milhões de usuários titulares. Destes, estima-se que cerca de 15,3 milhões sejam mulheres. Estamos falando de uma taxa de 84,7% de pessoas do gênero feminino entre todo o universo de usuários do programa social atualmente.
Vale lembrar que o Auxílio Brasil não exige que apenas mulheres possam se inscrever no projeto social. Todavia, no processo de entrada no Cadúnico, há uma indicação de que é preferível que uma mulher seja a titular do cadastro. O fenômeno pode explicar o porquê de mais mulheres serem beneficiárias do programa social do Governo Federal.
Diante dos números, o Palácio do Planalto pretende mudar o foco da pré-campanha eleitoral do presidente Jair Bolsonaro (PL). No evento que marcou a promulgação da PEC dos Benefícios, por exemplo, o chefe de estado já falou sobre as mulheres e disse que “todo homem precisa de uma grande mulher ao seu lado”. Mais sinalizações para o público feminino acontecerão nos próximos dias.
Embora o Governo Federal pretenda sinalizar para as mulheres, não há indicação de que elas terão mais direitos do que os homens nesta nova fase do Auxílio Brasil. Ao contrário do que ocorria em programas sociais anteriores, não há previsão de pagamento dobrado para as mães solo, por exemplo. O poder executivo deixou este indicativo de fora da PEC dos Benefícios.
As mudanças
Mas afinal de contas, quais são as mudanças que o documento fará no Auxílio Brasil? Conforme informações do texto original, o Governo elevará os valores do programa social dos atuais R$ 400 para R$ 600 mínimos a partir de agosto.
Além disso, também há a indicação de seleção de novos nomes neste segundo semestre. O Ministério da Cidadania afirma que poderá inserir de uma só vez mais de 2 milhões de pessoas de uma só vez já em agosto.
Nenhuma das mudanças previstas atingem exclusivamente as mulheres de alguma forma. Não há diferenciação de gênero neste sentido. Ao menos em tese, elas terão as mesmas chances de entrada que os homens e receberão os mesmos valores que eles.
Auxílio no segundo semestre
De qualquer modo, é muito provável que o número de mulheres que recebem o Auxílio Brasil siga sendo maior do que o de homens nos próximos meses. Este é um sistema que valia desde o antigo Bolsa Família, e seguirá agora.
Em geral, o Governo Federal considera que as mulheres são mais suscetíveis aos mais diversos problemas sociais. As que precisam cuidar de crianças menores, por exemplo, certamente encontram mais dificuldades para conseguir um emprego.
Nos próximos dias, o Governo Federal realizará mais sinalizações para o público feminino. Contudo, é pouco provável que eles decidam retomar os pagamentos dobrados para elas em um contexto de aprovação da PEC dos Benefícios.