Quase 8 em cada 10 usuários do programa Auxílio Brasil afirmam que a vida melhorou depois do mais recente aumento do projeto. De acordo com a nova pesquisa Quaest divulgada nesta quarta-feira (17), 76% dos beneficiários perceberam uma melhora na condição de vida depois do aumento que elevou o valor mínimo para a casa dos R$ 600.
Entretanto, a melhora é percebida de maneiras diferentes. Para 36% dos usuários do programa, a vida “melhorou muito” depois do início dos pagamentos turbinados. Outros 40% são mais cautelosos e dizem que os repasses de R$ 600 mínimos ajudam a melhorar “um pouco” a vida. Para 22%, a elevação não ajudou em nada.
A mesma pesquisa indica ainda que 58% dos usuários do Auxílio Brasil consideram que Bolsonaro é o pai do programa social. Esta é a taxa de beneficiários que acredita que sem o presidente, o benefício não estaria sendo pago. Outros 24% dizem que não sabem quem é o responsável, e 9% dizem que o pagamento é obra do Congresso Nacional.
A percepção de que o Auxílio Brasil melhorou a vida das pessoas, bem como a ideia de que Bolsonaro é o pai do programa ainda não se traduziu em votos para o presidente. De acordo com a Quaest, apenas 2 em cada 10 usuários do projeto dizem que as chances de votar no atual chefe de estado em outubro aumentaram depois da elevação do valor.
Informações de bastidores indicam que a equipe do presidente ainda aguarda uma melhora nos números presidenciais neste nicho. A avaliação interna é de que os pagamentos do programa social ainda não foram de fato sentidos pelos cidadãos em estado de vulnerabilidade. Assim, eles acreditam em uma melhora nos próximos levantamentos.
A visão geral
Até aqui, a melhora ainda não foi observada. Ao menos é o que indicam os dados da Quaest. Quando se considera apenas os usuários do programa Auxílio Brasil, o ex-presidente Lula ainda tem uma larga vantagem para Bolsonaro.
Segundo o levantamento, Lula soma 57% das intenções de voto, contra 27% do atual presidente, uma diferença de 30 pontos percentuais. É justamente nesta área que o petista consegue ter a maior vantagem para o atual presidente.
Nas declarações mais recentes, Lula vem dizendo que os usuários do Auxílio Brasil precisam pegar o dinheiro, gastar e não votar em Bolsonaro nas eleições de outubro. Para alguns beneficiários, o discurso está surtindo efeito.
Auxílio Brasil
No último mês de julho, o Governo Federal conseguiu aprovar a chamada PEC dos Benefícios no Congresso Nacional. Entre outros pontos, o texto libera R$ 41 bilhões para uso do Planalto em pleno ano de eleições presidenciais.
Com a verba, o Governo conseguiu elevar o valor do Auxílio Brasil de R$ 400 para R$ 600, além de inserir mais 2,2 milhões de cidadãos na folha de pagamentos. Programas como o vale-gás nacional subiram de R$ 53 para R$ 110.
O Governo também já iniciou as liberações de benefícios de R$ 1 mil como o auxílio-taxista e o Pix Caminhoneiro. Para setembro, a ideia é liberar o consignado para usuários do Auxílio Brasil.