Mesmo ainda sem o controle da pandemia da Covi-19, pelo contrário na segunda onda e o registro de mais de 300 mil mortos, o governo federal diminui os valores das parcelas do auxílio emergencial 2021. Isso “se refletirá no agravamento da crise econômica e social”, destaca o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).
O alto de nível de desemprego também é uma realidade em um país que enfrenta drásticas quedas na economia. O novo valor do auxílio emergencial 2021 deve ser reduzido no cenário de aumento também “da informalidade, dos preços, particularmente dos alimentos, das contas públicas e dos gás de cozinha”.
Outro ponto destacado pelo Dieese, se não o principal e mais problemático, é a comparação do novo auxílio emergencial e o valor da cesta básica que “revela o quanto o montante é insuficiente”.
Na primeira fase do programa, o valor do auxílio foi de R$ 600. De acordo com o Dieese este valor poderia garantir, ao menos, um nível mínimo de segurança alimentar, o que mudou agora com este novo valor previsto para o auxílio 2021.
A conta não fecha também no cenário, que antes a cesta básica nas capitais estava acima de R$ 500, agora o valor está ainda mais alto e ultrapassa R$ 600.
“Auxílio da fome”, diz Dieese
O novo valor do auxílio 2021 deixa a desejar e, de acordo com os cálculos do Dieese, o poder de compra de uma família com dois adultos e duas pessoas está reduzido. Será possível comprar apenas com o dinheiro menos de meio bife por dia, menos de meio copo de leite, uma concha e meia de feijão e três colheres de arroz. Mais um tomate, meia batata e um pão e meio. E uma banana.
“Como facilmente se conclui dos dados, o novo auxílio não terá a menos condição de garantir segurança alimentar”, diz o Dieese. “Por isso, pode-se considerar que este auxílio é de fome”, completa.
O Dieese ainda alerta para uma questão histórica que gerou a necessidade de um grupo especifico. “O grande número de pessoas que precisou desta proteção está diretamente ligado ás escolhas econômicas e políticas dos últimos anos: baixo crescimento, forte desregularão dos direitos trabalhistas, redução dos serviços públicos e desestruturação do mercado de trabalho e de políticas de transferência de renda em nome de medidas neoliberais”, alerta.