Aulas presenciais X Pandemia: Crianças poderão se tornar alvo da Covid sem a imunização
Com o retorno das aulas em vários estados previsto para o início de fevereiro, os pais das crianças em idade escolar vêm passando por um dilema, sem saber se mandam ou não seus filhos para as escolas.
Fora do grupo de risco, as crianças são apontadas como menos suscetíveis ao vírus, visto que a maioria das infecções acontece de forma assintomática ou não apresenta manifestações graves que levam à internação, por exemplo.
Ainda segundo uma pesquisa estadunidense, as crianças representam cerca de 2% dos diagnósticos da Covid-19 nos Estados Unidos da América (EUA).
Apesar desses apontamentos, alguns especialistas contestam essa posição mais flexível em relação ao contágio das crianças à Covid-19.
De acordo com a cientista Miriam Tendler, pesquisadora de vacinas há mais de trinta anos, mesmo fora do grupo de risco, as crianças deveriam estar incluídas no Plano Inicial de Vacinação. “Ao não serem vacinadas e com o Sars-CoV-2 ainda em circulação, elas se tornarão alvo em potencial do coronavírus. Elas passarão a ser um segmento suscetível da população num momento em que adultos estarão vacinados”, explicou em entrevista para O Globo.
Para a estudiosa das vacinas, a imunização só é eficiente, quando uma ampla cobertura é alcançada, portanto, as crianças não podem ser deixadas de fora, já que o coronavírus pode ser grave para todos.
Vale ainda destacar, que as crianças são prioritárias na maioria das campanhas de vacinação contra outras doenças, o que torna evidente o quanto imunizá-las inicialmente, segue o ciclo convencional de proteção do país.
O que falta para as crianças serem vacinadas?
Diferente dos adultos, as vacinas aprovadas contra a Covid-19 ainda não foram testadas em crianças, o que impede a imunização emergencial, como vem ocorrendo com os grupos de risco.
As farmacêuticas AstraZeneca e a indiana Convaxin já informaram que em breve iniciarão os testes com o público infantil.
Recentemente, o Instituto Butantan também declarou que vai incluir crianças e cerca de 500 gravidas nos estudos sobre vacina.
Para a cientista Miriam Tendler, os testes podem ser realizados em até três meses.
Sintomas de infecção por Coronavírus em crianças
Visto que o número de crianças, que apresentam sintomas ou agravações da Covid-19 é bem reduzido, vale destacar, que em alguns casos, a doença pode se manifestar, através dos seguintes sintomas:
- Febre
- Coriza
- Dor de ouvido
- Dor de garganta
- Dor de cabeça
- Aumento da frequência respiratória
- Sibilos
- Pneumonia
Além desses sintomas, alguns pacientes ainda podem manifestar uma síndrome rara, a Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica.
Esta agravação costuma aparecer até quatro semanas após a infecção pelo coronavírus, causando até uma disfunção cardíaca.