Atenção! iFood se posiciona CONTRA a formalização dos motoboys e apresenta argumentos concretos

Diego Barreto, vice-presidente de finanças e estratégias do iFood, expressou sua posição contrária à regulamentação dos entregadores nos moldes da CLT, conforme proposto pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Em uma entrevista ao Poder Empreendedor, Barreto destacou que, na visão da empresa, a formalização poderia resultar no retorno dos trabalhadores a uma atuação exclusiva nos restaurantes.

Atualmente, a dinâmica da plataforma iFood envolve dois tipos de trabalhadores:

  • Aqueles vinculados diretamente ao aplicativo, responsáveis por realizar entregas para diversos restaurantes,;
  • Estabelecimentos que possuem seus próprios entregadores, sem um vínculo direto com a plataforma.

Dessa forma, o iFood busca uma abordagem equilibrada entre essas propostas distintas.

Diego Barreto salientou que a empresa está disposta a oferecer benefícios e auxílios aos trabalhadores, mas enfrenta limitações legais para fornecer previdência.

Ele sugeriu uma alternativa, propondo que a solução poderia envolver a possibilidade de a empresa contribuir para o pagamento da aposentadoria.

Segundo Barreto, “O iFood apoia a criação de um sistema previdenciário no qual a empresa contribua.”

A questão em debate deixa bem claro a complexidade envolvida na regulamentação dos entregadores de aplicativos, buscando um equilíbrio entre garantias trabalhistas e a flexibilidade característica desse modelo de trabalho.

Enfim, para uma compreensão mais aprofundada dessa questão, continue a leitura abaixo.

Entenda o cenário atual e as últimas atualizações sobre a formalização dos entregadores do iFood

iFood
iFood se manifesta contra a proposta, nos termos defendidos pelo governo, de regulamentação da profissão dos entregadores da plataforma. Imagem: iFood Entregadores.

Na última quinta-feira (21 de dezembro de 2023), o Ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, revelou que o governo está preparando uma proposta de regulação para o setor de entregas, a ser enviada ao Congresso Nacional.

Dessa forma, mesmo diante da ausência de um consenso entre as partes envolvidas, Marinho assegurou que a iniciativa será encaminhada.

O ministro informou que alcançou acordos com plataformas de entregadores, como a Uber, mas enfrentou desafios com as de entrega, como o iFood.

A proposta inicial discutida pelos envolvidos sugere o pagamento de R$ 30 por hora trabalhada para os motoristas das plataformas.

Ademais, estipula-se uma alíquota de contribuição para a Previdência Social, com empresas contribuindo com 20% e motoristas com 7,5%.

Em relação aos colaboradores, a contribuição incidirá sobre 25% dos ganhos. De acordo com dados divulgados pelo iFood em julho, o salário médio dos entregadores é de R$ 23 por hora. Variações incluem:

  • 20 horas por semana com 30% de ociosidade: R$ 807;
  • 20 horas por semana sem ociosidade: R$ 1.335;
  • 40 horas por semana com 30% de ociosidade: R$ 1.980;
  • 40 horas por semana sem ociosidade: R$ 3.039.

O executivo destacou que 65% dos entregadores são vinculados aos próprios restaurantes.

Vale ressaltar que durante sua campanha eleitoral em 2022 e ao longo de seu mandato em 2023, o presidente Lula expressou críticas repetidas aos atuais moldes de trabalho para os profissionais que atuam em aplicativos.

Observações adicionais

No mês de maio de 2023, o presidente Lula tomou a iniciativa de estabelecer um grupo de trabalho dedicado à discussão e formulação de políticas para a formalização de empresas no país.

Durante esse processo, o iFood se engajou ativamente nas deliberações, representando o setor de alimentação e serviços.

Diego, porta-voz da empresa, esclareceu que, embora as discussões tenham sido produtivas, não foi possível alcançar um consenso sólido em relação a uma medida pública específica para abordar a questão da formalização.

“Participamos de todas as reuniões. Provemos todos os dados. Temos as nossas opiniões. Negociamos e flexibilizamos algumas delas, mas ainda não se chegou a um consenso”

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Levantamento da Cebrap sobre o perfil dos trabalhadores do iFood

Uma pesquisa recente realizada pelo Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap) revelou dados impressionantes sobre o perfil dos trabalhadores por aplicativo no Brasil.

O país conta com uma força de trabalho significativa, totalizando 1,6 milhão de pessoas, distribuídas entre os entregadores de plataformas de delivery, que somam 386 mil, e os motoristas de aplicativos de caronas, totalizando 1,27 milhão.

Os resultados apontam para uma predominância expressiva de homens nesse cenário, representando 97% da mão-de-obra envolvida, enquanto as mulheres compõem apenas 3% desse contingente.

A pesquisa completa, disponível para download com tamanho de 6 MB, oferece uma visão abrangente desse fenômeno em constante crescimento.

Além de abordar a divisão de gênero, o Cebrap se aprofundou na análise do perfil desses profissionais, examinando variáveis como raça e escolaridade.

Tais informações detalhadas estão disponíveis para consulta também no site oficial do iFood, todavia de forma mais dinâmica.

Se você prefere acessar os resultados e explorar os detalhes do perfil desses trabalhadores diretamente no site do iFood, ao invés de fazer o download do documento, clique [AQUI].

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