Para tentar conter uma possível alta no preço do arroz, o Ministério da Agricultura e da Pecuária decidiu importar algumas toneladas do produto para o Brasil. A decisão foi tomada em meio ao temor do desabastecimento do item nos mercados brasileiros, em meio a tragédia que afeta um dos maiores produtores do grão: o Rio Grande do Sul.
Desde que a notícia da importação foi anunciada, milhares de postagens sobre o tema começaram a circular nas redes sociais. Parte delas conta com informações verdadeiras sobre o produto, e outras postagens não passam de fake news sobre o tema.
Neste sentido, separamos abaixo uma lista com informações verdadeiras e fake news sobre o processo de importação do arroz pelo governo federal.
Verdades e mentiras sobre o arroz importado
- O arroz terá agrotóxicos proibidos no Brasil?
Falso. De acordo com o ministério da agricultura, não há nenhuma indicação de que o arroz que será importado terá algum tipo de agrotóxico proibido no Brasil, mesmo considerando que vários destes agrotóxicos foram liberados nos últimos anos no país.
“O edital do leilão de compra do arroz também estabelece que o produto será analisado por lote de produção, sendo recusado aquele que não se enquadrar nos padrões e especificações de qualidade da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e demais legislações vigentes”, diz o Ministério.
“A presença de substâncias nocivas à saúde, como resíduos de agrotóxicos que não estejam de acordo com a legislação brasileira, é um fator desclassificante e observado antes da internalização do produto”, segue a pasta.
- O arroz importado terá plástico?
Falso. Partindo da mesma nota que está indicada acima, é possível afirmar que também é falsa a informação de que o governo federal estaria comprando algum tipo de arroz com plástico.
“O Aviso de Compra Pública divulgado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para aquisição do grão é explícito ao especificar como objeto ‘arroz beneficiado, polido, longo fino, Tipo 1, safra 2023/2024’.”
- A importação de arroz pode atrapalhar a economia do país?
Verdadeiro. Na avaliação da maioria dos economistas, a decisão de comprar arroz importado pode ter um efeito negativo na economia do país. Nesta semana, a Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) entrou com uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) contra a decisão do governo federal.
“A decisão tem potencial de criar instabilidade de preços, prejudicando produtores locais de arroz, desconsiderando os grãos já colhidos e armazenados, e, ainda, comprometendo as economias de produtores rurais que hoje já sofrem”, diz a CNA.
- Quilo do arroz importado será de até R$ 4?
Verdadeiro. De acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o quilo do arroz importado custará, no máximo, R$ 4 ao consumidor final. O primeiro leilão para a compra deve acontecer na quinta-feira (6), e prevê a aquisição de 300 mil toneladas do grão.
Rio Grande do Sul
O Rio Grande do Sul passa neste momento pela maior tragédia ambiental de toda a sua história. De acordo com os dados mais recentes da Defesa Civil local, milhares de gaúchos seguem desalojados ou desabrigados hoje. Todos eles ainda precisam de ajuda.
O estado do Rio Grande do Sul é responsável pela produção de quase 70% do arroz que é vendido em todo o país. Por isso, há um temor pelo desabastecimento do produto nos mercados. Como visto, governo e produtores têm visões diferentes sobre esta questão.
O que todos concordam é que o estado deve precisar de muita ajuda para se reerguer nos próximos meses. Em Porto Alegre, por exemplo, o aeroporto Salgado Filho segue interditado depois de ser inundado pelas águas da chuva na capital gaúcha. A previsão mais otimista é que a pista só esteja pronta para receber voos a partir de dezembro deste ano.